Professores e trabalhadores de escolas cumprem semana de greve convocada pelo S.TO.P.

por RTP
No final de agosto, o dirigente do S.TO.P. André Pestana apelou aos profissionais para que organizassem fundos de greve Fernando Veludo - Lusa

Professores e os trabalhadores das escolas começam a cumprir esta segunda-feira uma greve convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação. O protesto prolonga-se até sexta-feira. Uma das reivindicações é a recuperação do tempo de serviço.

Depois das apresentações da semana passada, cerca de um milhão e 300 mil alunos começam agora a primeira semana efetiva de aulas. Mas já com constrangimentos por causa da greve convocada pelo S.TO.P.Esta é a primeira paralisação com impacto nas atividades do ano letivo que agora arranca.


Em causa está a recuperação dos seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço congelado, além de outras questões que docentes e não docentes apontam como injustiças.

O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação aponta, em concreto, os professores prejudicados pelas regras do regime de mobilidade por doença e as condições dos docentes em monodocência do primeiro ciclo. Refere ainda a falta de assistentes técnicos e operacionais nas escolas e as más condições de trabalho dos existentes.

Em São Teotónio, Odemira, o dirigente do S.TO.P. André Pestana afirmou esta manhã que os profissionais da educação estão a mostrar um grande "exemplo de cidadania" naquele que é oficialmente o primeiro dia do novo ano letivo. E quis sustentar que as greves são levadas a cabo a pensar nos alunos.

"Eu acho que o ano passado revelou que a população portuguesa compreendeu as reivindicações dos profissionais de educação e que acima de tudo estamos aqui pelos vossos filhos, pelos vossos netos", argumentou André Pestana.

O sindicalista relembrou os últimos 15 anos de ataques que a educação sofreu e que, pela falta de luta, os profissionais da educação andaram "para trás": "Desvalorizou-se tanto mas tanto quem trabalha nas escolas que quase ninguém, por exemplo, quer ser professor". Na sexta-feira, os docentes e não docentes saem à rua para uma manifestação em Lisboa.

No final de agosto, André Pestana apelara aos profissionais para que organizassem fundos de greve nesta semana de protesto.

Para além da paralisação do S.TO.P., decorre desde a passada terça-feira uma greve ao sobretrabalho, às horas extraordinárias e à componente não letiva convocada pela plataforma de nove organizações sindicais que inclui a Fenprof e a Federação Nacional da Educação.

c/ Lusa

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