Preto no Branco. Episódio 1

por Silvia Alves - RTP

Em 1957, a Radiotelevisão Portuguesa é recente, mas tem já meios para reportar a erupção do vulcão dos Capelinhos nos Açores. O geógrafo Orlando Ribeiro desloca-se ao arquipélago e, apesar de estranhar a televisão, apresta-se a descrever o nascimento de uma nova ilha.

No dia 13 de Outubro de 1957, o Telejornal das 22 horas referia que “Ontem, e pela primeira vez, alguns jornalistas, entre eles o enviado especial da Radiotelevisão Portuguesa, desembarcaram na ilha resultante do vulcão submarino do mar do Capelinho, e ali implantaram a bandeira nacional, símbolo da soberania portuguesa.

Correndo o maior risco, numa proeza notável em que o brio profissional e patriótico se impuseram, os enviados do Diário Popular e da Radiotelevisão Portuguesa, Urbano Carrasco e Carlos Tudela, foram os primeiros a descer na nova ilha – submetidos a intensa chuva de cinzas e lama lançadas pelo vulcão.

A Radiotelevisão Portuguesa, congratulando-se com o facto, e pondo em evidência o empenho e destemor demonstrados por um funcionário seu no sentido de assegurar aos espectadores e ao público em geral as imagens mais flagrantes de um acontecimento que tão vivamente tem vindo a interessar todo o país e o próprio Mundo, endereça também felicitações aos jornais ‘Diário Popular’ e ‘Diário de Notícias’ pelo comportamento dos seus enviados.”

E, no dia 6 de Dezembro, o Norte assiste à sua primeira emissão.
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