Presidente da República ouve partidos da Madeira

por Cristina Santos - RTP
O cenário de novas eleições na Madeira é o mais consensual Homem de Gouveia - Lusa

O presidente da República tem em mãos, pela segunda vez em menos de um ano, a crise política instalada na Região Autónoma da Madeira. Marcelo Rebelo de Sousa recebe esta terça-feira os partidos políticos representados no Parlamento regional.

O PSD-Madeira é o primeiro partido esperado no Palácio de Belém, depois PS, JPP, Chega, CDS-PP, IL e PAN. Tudo indica que o arquipélago vai ter, de novo, eleições antecipadas e a data mais consensual é 9 de março. Isto significa que a Região Autónoma da Madeira vai a eleições pela segunda vez em menos de um ano.

O Governo regional liderado por Miguel Albuquerque vai permanecer em funções até à posse do novo executivo madeirense.
Como a Madeira chegou a este momento

Durou seis meses, desde que foi constituído (6 de junho de 2024) até à aprovação da moção de censura (17 de dezembro), o Governo Regional da Madeira liderado por Miguel Albuquerque.

O Executivo regional tomou posse após as eleições antecipadas de 26 de maio de 2024, que ocorreram devido à queda do anterior Governo após a demissão de Miguel Albuquerque. No início de 2024, Albuquerque foi constituído arguido num processo sobre suspeitas de corrupção no arquipélago.

Como resultado das eleições de 26 de maio, a Assembleia Legislativa Regional da Madeira, composta por 47 deputados, não teve maioria absoluta do PSD que formalizou um acordo com o CDS para garantir a governação.

No entanto, o chumbo do Orçamento da Madeira abriu caminho para o segundo momento da crise política. Uma semana depois foi aprovada a moção de censura apresentada pelo Chega no início de novembro. No dia 9 de dezembro a oposição a Miguel Albuquerque - PS, Chega, JPP, IL e PAN – votou contra a proposta de Orçamento na Assembleia Regional. 

Então o Chega justificou a moção com as investigações judiciais que envolvem Miguel Albuquerque e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos. A aprovação da moção de censura foi inédita na Região Autónoma da Madeira.






Em 19 de dezembro, o Representante da República, Irineu Barreto, ouviu os partidos com assento no Parlamento regional e comunicou que todos defendem eleições "o mais depressa possível" e que não foi possível encontrar uma solução governativa no atual quadro parlamentar.


O representante da República para a Região Autónoma foi recebido, em Belém, no dia 23 de dezembro. Ireneu Barreto oficializou o facto de não haver uma solução para substituir o Executivo de Miguel Albuquerque.Irineu Barreto assegurou ter procurado uma solução governativa no “quadro da atual legislatura”. Diligência que“ não teve qualquer sucesso”.

A Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira estabelece que, em caso de dissolução, o Presidente da República deve marcar a data da eleição dos deputados "com a antecedência mínima de 55 dias".

c/ Lusa
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