A época mais crítica em fogos ficou também assinalada pela queda, a 30 de agosto, de um helicóptero de combate a incêndios no rio Douro, que provocou a morte a cinco militares da GNR que faziam parte da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC).
Os incêndios florestais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da última década, segundo o sistema europeu Copernicus.
As chamas devoraram florestas, casas, empresas, terrenos agrícolas e carros, além de terem obrigado ao corte de vias, nomeadamente a A1, ferrovia e fecho de escolas.
Nove pessoas morreram, quatro das quais bombeiros, e 175 ficaram feridas. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil exclui desta contagem os dois civis que morreram de doença súbita.
Numa semana, o país passou dos melhores valores de área ardida da década para o terceiro pior desde 2014, sendo apenas ultrapassado em 2017 (563.000 hectares) e 2016 (165.000).
São estas algumas das áreas que Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro vão hoje visitar. Estarão acompanhados pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida e da Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.
A comitiva sobrevoará as áreas ardidas de helicóptero e parará em Baião (distrito do Porto), Vila Pouca de Aguiar (distrito de Vila Real) e Sever do Vouga (distrito de Aveiro).
Esta será a terceira ocasião em que Presidente da República e primeiro-ministro têm uma iniciativa conjunta a propósito dos incêndios.
Nos últimos três meses, o dispositivo de combate a incêndios rurais esteve na sua capacidade máxima, com 13.891 operacionais, 3.084 equipas, 2.990 veículos e 72 meios aéreos em prontidão, um aumento de meios face ao ano anterior.
Segundo dados da PJ, este ano já foram detidos cerca de 40 pessoas pelo crime de incêndio florestal.
Apoios aprovados
O Governo aprovou diplomas que concretizam medidas para apoiar as famílias, empresas e agricultores, recuperar habitações, restabelecer as florestas, reparar infraestruturas e equipamentos e a repor equipamentos sinistrados.
Entre outras medidas, o Governo anunciou que vai financiar a 100% até ao limite de 150 mil euros a reconstrução e reabilitação de casas de primeira habitação, um subsídio especial para compensar prejuízos agrícolas, até ao valor de 6.000 euros, e a criação de uma linha de apoio à tesouraria e à reconstrução de fábricas.
Reportagem de 26 de setembro
Foi também aprovado um regime excecional de contratação de empreitadas de obras públicas.
c/Lusa