Prémio Pessoa 2021 para Tiago Pitta e Cunha da Fundação Oceano Azul

por RTP
Facebook da Fundação Oceano Azul

O presidente executivo da Fundação Oceano Azul, Tiago Pitta e Cunha, é o Prémio Pessoa de 2021. "Os assuntos do mar e dos oceanos têm estado presentes na atividade do nosso premiado com a intensidade de uma escolha vocacionada", realçou Pinto Balsemão, presidente do júri.

Francisco Pinto Balsemão, o presidente do júri, frisou que Tiago Pitta e Cunha “é uma das personalidades mais reconhecidas e relevantes em Portugal e na Europa e no plano internacional na luta pela necessária mudança de atitudes das sociedades humanas em relação aos assuntos do mar e dos oceanos”.

Destacou ainda a visão transformadora de Tiago Pitta da Cunha “que envolve as políticas públicas, mas também os valores éticos, as atitudes e os comportamentos que são gerados pela cultura, pela educação, pelas novas experiencias e exigências de literacia científica que a complexidade do nosso tempo nos exige”.

“Os assuntos do mar e dos oceanos têm estado presentes na atividade do nosso premiado com a intensidade de uma escolha vocacionada”.

Pinto Balsemão recordou ainda que o presidente executivo da Fundação Oceano Azul, desde a sua criação em 2017, tem desempenhado cargos nacionais e internacionais.

“Ao atribuir o galardão de 2021 a Tiago Pitta e Cunha, o júri do prémio Pessoa teve em consideração o rigor e a persistente coerência de mais de duas décadas e meia dedicadas integralmente a trazer a importância do mar para a ribalta, para a agenda política e cultural”.

“A Fundação Oceano Azul é, ela própria, resultante de um processo de diálogo e convergência de atores e perspetivas diferenciadas, onde se destaca o papel da filantropia e da responsabilidade social privadas”, sublinhou Pinto Balsemão.

A Fundação e Tiago Pitta e Cunha têm-se distinguido na “criação de várias áreas de proteção dos ecossistemas marinhos. Contrariando a tendência, ainda dominante, para a sua degradação”.

Em 2021, destaca-se “a proposta, cientificamente fundamentada, de criação de uma área marinha protegida de interesse comunitário – o Parque Natural Marinho do Recife do Algarve, Pedra do Valado. O alargamento da Área Marinha Protegida das Selvagens, a maior do género no Atlântico Norte e ainda o anúncio pelo Governo regional dos Açores do objetivo de criar, até 2023, uma vastíssima Área Marinha Protegida de 300 mil quilómetros quadrados”.

O júri do Prémio Pessoa considera que “através do reconhecimento da ação e personalidade de Tiago Pitta e Cunha se pretende igualmente distinguir e estimular todos aqueles que colocam o seu saber e talento ao serviço de causas públicas de valor universal, aumentando com isso a viabilidade de uma cultura virada para a cooperação coletiva. Fator crítico de que dependerá, em grande medida, da superação das ameaças existências contemporâneas”.

O Prémio Pessoa é atribuído anualmente a pessoas de nacionalidade portuguesa que se destaque como protagonista na vida científica, artística ou literária. Foi instituído em 1987 pelo jornal Expresso e é patrocinado pela Caixa Geral de Depósitos.

O júri do Prémio Pessoa é presidido por Francisco Pinto Balsemão e conta também com Emílio Rui Vilar (vice-presidente), Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques.
"Temos que ver o nosso mar como um verdadeiro capital do país"
"Temos que ver o nosso mar como um verdadeiro capital do país", foi desta forma que o galardoado com o Prémio Pessoa reagiu à atribuição.

Tiago Pitta e Cunha afirmou à RTP3 que recebe "o prémio com surpresa. mas com muito agrado porque é devido à questão dos oceanos e da importância que ele tem para Portugal e para o nosso planeta".

"Um prémio como este dá a importância ao nosso trabalho e principalmente ao tema dos oceanos e pode ajudar a mudar a atitude, que temos que ter, na nossa relação com o oceano e com a natureza em Portugal", acrescentou.

Para Tiago Pitta e Cunha, "os oceanos passam por uma crise tão profunda que será necessário procurarmos alterar profundamente a nossa economia".

"A grande mudança de atitude é começarmos a compreender que a natureza, pela nossa ação humana, tem vindo a deteriora-se de tal maneira que torna-se um bem tão escasso. e é um bem tão valioso".

Segundo o presidente executivo da Fundação Oceano Azul, "a natureza é a última cartada que a humanidade tem para jogar neste século XXI. E pensamos que a natureza deve ser vista como um ativo, como um capital. O capital natural que será fundamental para a riqueza das nações. E Portugal é um país ainda rico nesse capital".
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