A Sociedade Portuguesa de Matemática considerou que os manuais escolares do secundário candidatos ao prémio bianual para distinguir os livros de matemática não preencheram os parâmetros de qualidade exigidos no concurso e por isso não atribuiu o galardão.
Desta forma, repete-se o que já havia acontecido na segunda edição deste galardão, em 2000, quando o prémio também não foi atribuído. Na altura, o júri considerou que nenhum dos livros a concurso reunia a qualidade científica e pedagógica merecedoras de realce positivo.
Já no que se refere ao ensino básico, este ano foi atribuído o prémio ao livro "Matemática 7", da Areal Editores, num conjunto de nove manuais escolares candidatos.
Instituído em 1997, o prémio José Sebastião e Silva destina-se a galardoar manuais destinados ao ensino básico e secundário, com o apoio financeiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Segundo dados da SPM, este ano eram candidatos pela categoria A (Ensino Secundário) os livros "Matemática 10", da Contraponto, "Infinito 10", "Infinito 11" e "Infinito 12", todos da Areal Editores, e "Matemática 10", da Porto Editora.
Na categoria B (Ensino Básico) o júri escolheu para vencedor o livro "Matemática 7", da Areal Editores, considerando-o excepcional num conjunto de nove candidatos. Atribuiu ainda uma menção honrosa ao manual "EnigMat8", publicado por Edições Asa.
Eram também candidatos os manuais escolares "Matemática 7" e "Matemática 8", da Porto Editora, "Matematicamente falando7" e "Matematicamente falando 8", da Areal Editores, "EnigMat 7", da Edições Asa, "Matemática em acção 7" e "Matemática em acção 8", da Lisboa Editora.
A entrega do Prémio José Sebastião e Silva decorreu no antigo liceu Pedro Nunes, actual escola Secundária Pedro Nunes, em Lisboa.
José Sebastião e Silva foi um dos mais notáveis matemáticos portugueses do século XX, que deixou obra como investigador e se preocupou também com o ensino da matemática.
Os seus livros didácticos, segundo a SPM, primam pelo rigor matemático, pela linguagem precisa e constituíram um factor de modernização do ensino da Matemática.
De acordo com a SPM, a qualidade dos livros de texto, no seu aspecto científico e também no seu aspecto pedagógico, é fundamental para que haja um bom ensino, sendo um instrumento básico do professor e uma fonte indispensável de aquisição de conhecimentos para o estudante.