Prazos para nova votação no círculo da Europa não estão a ser cumpridos

por Antena 1

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O Tribunal Constitucional deu ordem para a realização de novo escrutínio eleitoral no Circulo da Europa, mas as datas fixadas pela Comissão Nacional de Eleições não são pacíficas.

O constitucionalista Pedro do Rosário explica que os prazos legais não estão a ser cumpridos.

A lei obriga à repetição de eleições no segundo domingo após a decisão do Tribunal Constitucional e o novo calendário imposto pela repetição dos votos dos emigrantes na Europa, foi marcada para dias 12 e 13 de março.

Mas há também que contar com os votos por correspondência. Todos vão ser aceites até à data de 23 de março.

Se não houver qualquer recurso para o Tribunal Constitucional, a Comissão Nacional de Eleições admite que os resultados finais podem ser fechados e publicados em Diário da República a 25 de março.

Só depois da publicação dos resultados é que o novo Parlamento e o novo Governo podem tomar posse.

O constitucionalista Pedro do Rosário relembra também que a matéria de alteração legislativa é da competência das organizações políticas.

Mas se para Pedro do Rosário os prazos não vão ser cumpridos na conferência de imprensa dada ontem pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), João Almeida esclarece que é impossível cumprir os prazos definidos por lei, tendo em conta o volume de votos e a necessidade de se possibilitar de novo o voto por via postal.

A CNE responsabiliza os partidos por todo o imbróglio, devido ao acordo informal que levou à anulação de mais de 80 por cento dos votos do círculo da Europa e obrigou à repetição das eleições aí.

Na opinião do presidente do grupo de Intervenção e Reflexão dos Portugueses na Alemanha, Manuel Campos, com estas decisões o Tribunal Constitucional e a CNE dão razão aos emigrantes.

Uma lição a tirar de todo este processo que deixa o país a ser governado em regime de duodécimos durante mais tempo do que inicialmente se previa.
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