O Presidente da República defendeu hoje que, "se houver matéria criminal" relativamente à eventual destruição de documentos da Proteção Civil sobre os incêndios em Pedrógão Grande, tal deve "entrar na investigação em curso".
O relatório de uma auditoria interna da Autoridade Nacional de Proteção Civil sobre o combate ao fogo de Pedrógão Grande, em junho de 2017, aponta "falhas graves" e admite que houve documentos apagados ou destruídos. O documento, que já está nas mãos da justiça, faz parte de um relatório que o anterior presidente da Proteção Civil manteve na gaveta e que o atual ministro da Administração Interna enviou para o Ministério Público.
"Relativamente aos incêndios, há uma parte que compete à investigação criminal", disse hoje o Presidente da República. "Se houver matéria criminal nesse domínio, naturalmente deve entrar na investigação que está em curso", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas durante uma visita ao Mercado Temporário do Bolhão, no Porto.
Questionado se está preocupado com esta informação, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "só há razão para estar preocupado depois de conhecer a matéria"."Primeiro tenho de a conhecer", afirmou.
Disse no entanto que é "prematuro formular uma opinião" sobre a notícia de que houve documentos da Proteção Civil de struídos nos incêndios de junho, por não ter podido "estudar ou investigar" o assunto."Houve uma notícia. Neste momento é prematuro formular opinião sobre o que não pude estudar ou investigar".
Um ano depois dos incêndios
No mesmo momento, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que "falta pouco mais de um mês para se assinalar um ano sobre a primeira tragédia dos incêndios" em Portugal, e que tem sempre "defendido que se olhe para o futuro, prevenindo e atuando atempadamente". "Os portugueses perceberam isso e estão a fazê-lo".
"Outro aspeto", para o Presidente da República, "é o balanço do passado e há uma parte desse balanço que pertence à investigação criminal e que está em curso". "Vamos esperar pelo resultado da investigação criminal".