Portugueses são na Europa os que casam mais cedo

por Agência LUSA

Portugal é um dos países da Europa onde os jovens casam mais cedo, mas é também o que regista o maior aumento da taxa de divórcios, segundo um estudo sobre políticas de família a divulgar sábado.

Elaborado por duas sociólogas da Universidade Católica, o estudo Comparativo das Políticas Familiares na Europa dos 15 entre 1990-2004, será apresentado sábado em Lisboa durante o II Serão Nacional da Família.

O encontro é promovido pela Associação Nacional de Famílias Numerosas e visa assinalar o Dia Internacional da Família que se celebra domingo.

Segundo o estudo, que cita dados da rede europeia de estatística (Eurostat), em Portugal, os homens casam em média aos 28 anos e as mulheres aos 26.

A idade média do primeiro casamento na União Europeia, em 2002, e segundo dados da Eurostat, correspondia a 30 anos para os homens e cerca de 28 para as mulheres.

A Suécia é o país onde em média os homens e as mulheres casam mais tarde (33 e 30 anos respectivamente), assim como a Dinamarca, país onde as mulheres optam por casar aos 30 anos e os homens aos 32.

Segue-se a Finlândia, com cerca de 31 anos para os homens e 29 para as mulheres.

O Luxemburgo e os Países Baixos apresentam a mesma média, 31 anos/homens e 28 anos/mulheres, enquanto na Bélgica e na Áustria a idade é de 30 anos para os homens e 27 para as mulheres.

Relativamente aos divórcios, entre 1990 e 2003 Portugal destaca-se por ter registado um aumento de 1,2 por cento da taxa de divórcio, seguido da Bélgica que apresentou um aumento de um por cento.

Os restantes países registaram um aumento ligeiro, destacando- se a Grécia e a Dinamarca com 0,4 por cento e o Luxemburgo com 0,3 por cento.

A Finlândia foi o único país que manteve a mesma taxa nos anos em análise (2,6 por cento).

Relativamente à taxa de natalidade, o estudo refere que entre 1990 e 2003 desceu 2,6 por cento nos países da Europa dos 15.

Os países que representam mais significativamente esta descida são a Suécia, com uma diminuição de 3,4 por cento, a Alemanha com uma descida de 2,7 por cento, a Finlândia e o Reino Unido com 2,2 por cento, a Bélgica com menos 1,6 por cento, Portugal e Luxemburgo com um por cento.

A Irlanda e a Espanha foram os únicos a registar um aumento de 0,3 e 0,1 por cento, respectivamente.

Ainda segundo o estudo, a Europa registou também uma diminuição de 0,05 da taxa de fecundidade entre 1990 e 2003.

As descidas mais significativas sucederam na Suécia (0,42 por cento), em Portugal e na Irlanda (0,13 pc), na Grécia e no Reino Unido (0,12 pc), na Alemanha (0,11 pc), na Espanha e na Aústria (0,07 pc) e na Itália (0,04 pc).

Assistiu-se a alguns aumentos da taxa de fecundidade nos Países Baixos (0,13 por cento), na França (0,11 pc), na Dinamarca (0,09 pc) e no Luxemburgo (0.02 pc).

Citando dados do Eurostat, o estudo faz também referência aos nascimentos fora do casamento.

Na Europa dos 15, houve um aumento dos nascimentos fora do casamento entre 1990 e 2003 de 11,85 por cento.

O único país de excepção foi a Dinamarca, que registou uma diminuição na ordem dos 1,5 por cento.

Entre 1999 e 2002 ocorreu um aumento deste valor na Bélgica (17,89 por cento), na França (14,25 por cento) e na Itália (4,33 por cento).

Entre 1990 e 2003, o aumento fez-se sentir igualmente nos países baixos (19,92 por cento), na Irlanda (16,76 pc), no Reino Unido (15,2 pc) na Finlândia (14,76 pc), na Espanha (13,59 pc), em Portugal (12,29 pc), no Luxemburgo (12,22 pc) na Austria (11,75 pc) na Alemanha (10,88 pc) e na Suécia (nove pc).


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