Os telefones de mais de 40 mil empresas e 300 famílias portuguesas ou luso-descendentes residentes em França vão estar disponíveis, a partir de Junho, num anuário do tipo "páginas amarelas" e numa página de Internet.
Estes são os números avançados pelo LusoPages, o anuário telefónico lusófono que está a ser desenvolvido pela empresa Direct-EI e cuja versão definitiva, em papel e na Internet, deverá ser lançada dentro de quatro meses.
Iniciado em Novembro, o anuário conta neste momento com "umas boas centenas de contratos de publicidade" com empresas dirigidas por portugueses ou luso-descendentes, disse à Lusa Paulo Ferreira, um dos responsáveis pela LusoPages.
"A reacção tem sido excelente porque este vai ser um meio de contacto com a comunidade portuguesa, já que não existe nenhuma rádio ou jornal [português] com cobertura nacional", sublinhou.
A versão em papel do anuário irá apenas reunir os contactos de pessoas colectivas, isto é, empresas, profissionais liberais ou associações, que poderão ter, à semelhança das "páginas amarelas", um destaque publicitário pago.
"Esta é uma forma de ganhar prestígio e clientela a um custo mais acessível do que nas páginas amarelas francesas, indo um pouco além do método tradicional de publicidade do `boca em boca`", acrescenta Paulo Ferreira.
Sem adiantar preços, o responsável indica que a tabela é inferior a 10 por cento da que é usada pelas páginas amarelas nacionais.
O anuário electrónico, disponível na Internet, terá, além dos contactos das empresas, os números de telefone dos particulares, adiantou Paulo Ferreira, explicando que "pôr tudo em papel era impraticável", justifica.
A base de dados, "quase exaustiva", de contactos que a LusoPages possui é o resultado de "acordos com empresas e entidades oficiais, como o instituto de estatísticas francês e a France Télécom", afirma Paulo Ferreira.
Os portugueses e luso-descendentes são identificados pelo nome de família, "o que permite cobrir 90 e tal por cento da comunidade portuguesa" em França, estimada em cerca de um milhão de pessoas.
"Temos cerca de 300 mil endereços que inscrevemos automaticamente, mas quem não quiser pode pedir para ser excluído", garante.
Associado a antigos dirigentes das páginas amarelas portuguesas, Paulo Ferreira baseia-se no sucesso de experiências semelhantes com a comunidade portuguesa nos EUA e Canadá há várias décadas.
Com uma equipa de "quase 30 comerciais" a trabalhar, o responsável rejeita a possibilidade de um fracasso semelhante às tentativas e experiências anteriores do mesmo género junto da comunidade portuguesa em França.
A página Internet (www.lusopages.com) está em funcionamento experimental e a empresa estuda aplicar a mesma ideia em outros países europeus e na África lusófona.