Portugueses radicados na Venezuela são "cidadãos de honra" da cidade de Valência
Os portugueses radicados na Venezuela foram declarados "cidadãos de honra" pelo alcaide da cidade venezuelana de Valência, Francisco Cabrera, que assim pretende elogiar a contribuição daquela comunidade no desenvolvimento do país.
"Hoje estamos em festa, é um dia especial para a cidade de Valência", disse o autarca, a propósito da celebração dos 450 anos da localidade, que se situa 200 quilómetros a oeste da capital, Caracas.
"Declarei os portugueses hóspedes de honra e sinto- me muito agradado por ter tão ilustres visitantes", disse à Agência Lusa.
Francisco Cabrera falava à Lusa por ocasião da "oficialização" da Academia do Bacalhau de Valência, presidida pelo português Brás Sousa Freitas, acto que reuniu mais de seiscentas pessoas no Hotel Intercontinental.
A Academia do Bacalhau de Valência é uma de 45 existentes em todo o mundo.
Trata-se de grupos de amigos portugueses, que se denominam mutuamente de "compadres" e "comadres" e se reúnem regularmente com o objectivo de desenvolver relações de convívio e amizade, disseminar a cultura e tradição portuguesas e apoiar instituições de caridade e beneficência.
Na cerimónia de Valência estavam mais de uma centena de "compadres", provenientes de 35 países, que se deslocaram à Venezuela para participar no XXXIV Congresso Mundial das Academias do Bacalhau, que terá lugar durante o próximo fim-de-semana, em Caracas.
"Os portugueses merecem todo o nosso respeito.
Estão presente em todas as partes, no comércio, indústria, banca e cultura. São uma das comunidades que mais se vincularam à Venezuela", disse o autarca.
Por outro lado, frisou ser também "compadre" da Academia do Bacalhau, organismo que considerou "um símbolo, uma razão para compartir e conviver. Hoje há venezuelanos que participam nesta expressão de solidariedade que o povo português nos ensinou".
O presidente da academia, por seu lado, congratulou- se com o que disse ser a materialização de um sonho e com a possibilidade de homenagear a cidade durante o seu 450º aniversário.
"Nós, os portugueses, queremos continuar nesta cidade, neste país, confiamos que a Venezuela continuará a ser um país com futuro e que juntos contribuiremos com o desenvolvimento desta grande nação", disse.
O presidente da Academia do Bacalhau de Joanesburgo, também presente na cerimónia, lembrou as origens daquele movimento de solidariedade, que nasceu na África do Sul.