A ocupação do Liceu Camões, em Lisboa, começou há uma semana, mas esta segunda-feira é o primeiro dia sem aulas. Há ativistas climáticos barricados no interior da escola, depois de terem encerrado a cadeado um par de portões. A direção espera retomar as atividades letivas, "com normalidade", na terça-feira.
Decorreu entretanto uma reunião entre representantes dos alunos em protesto e a direção da escola. Manifestando-se solidário com a causa da proteção do planeta, o diretor do Liceu Camões, João Jaime Pires, expressou a expectativa de que as aulas possam ser retomadas na terça-feira.
"O que nós pretendemos é que amanhã a escola abra com normalidade", afirmou o responsável. O movimento Greve Climática Estudantil Lisboa mantém, desde a passada segunda-feira, um protesto que já levou à ocupação de seis escolas e universidades de Lisboa. A iniciativa tem por objetivo reclamar o fim dos combustíveis fósseis até 2030, a que se soma a exigência da demissão do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.Os ativistas instaram no fim de semana o ministro da Economia a visitar o movimento de ocupação no Liceu Camões e assistir a uma palestra.
Os protestos coincidem com a COP27 - Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorre na estância turística de Sharm el-Sheikh, no Egito, até à próxima sexta-feira.
Ministério vai contactar ativistas
O Ministério da Economia e do Mar adiantou entretanto que tenciona entrar em contacto com os ativistas climáticos para agendar uma reunião.
“O gabinete vai entrar em contacto com o movimento ainda hoje para se marcar reunião a realizar no Ministério”, indicou à Lusa fonte do Ministério.
O convite público dos ativistas surgiu depois de António Costa Silva ter dito estar solidário com os movimentos climáticos: “Em todo o meu percurso ao longo de 20 anos não só fui um defensor das energias renováveis, como agora no Governo estamos a potenciar a aplicação dessas energias e a desenvolver tudo para que a transição energética funcione”.
Questionado sobre o momento em que dezenas de manifestantes invadiram, no sábado, um edifício em Lisboa, durante um evento privado onde se encontrava, o ministro considerou a manifestação “absolutamente legítima”.
“Os jovens estavam a manifestar-se, não houve de facto possibilidade de encetar qualquer tipo de diálogo naquelas condições, mas estarei sempre pronto para dialogar com os jovens, explicar o que estamos a fazer, ouvir as suas opiniões e incorporá-las em tudo o que estamos a sistematizar em termos das políticas públicas. Sou um homem de diálogo”, sustentou.
c/ Lusa
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