Portas considera que profissionalização das Forças Armadas só é possível com efetivos motivados

por Lusa

O antigo ministro da Defesa Nacional Paulo Portas defendeu hoje que a profissionalização das Forças Armadas só é possível com efetivos mobilizados e motivados e pediu melhorias na capacidade de recrutamento e retenção de militares.

"Só é possível termos profissionalização das Forças Armadas com efetivos mobilizados, efetivos motivados", afirmou.

O antigo vice-primeiro-ministro, e antigo líder do CDS-PP discursava no encerramento das jornadas parlamentares do partido, que decorreram na Assembleia da República, em Lisboa.

"Temos que melhorar a retenção e as capacidades de recrutamento. Isso está nas mãos de pessoas como o doutor Nuno Melo e eu tenho a sensação que terminará bem", defendeu, com o atual ministro da Defesa Nacional e atual presidente do CDS-PP na plateia a ouvi-lo.

Paulo Portas assinalou também o regresso do CDS-PP à Assembleia da República, nas últimas eleições.

"Acho que o regime fica pior quando o CDS não está. O regime e a democracia que nós devemos prezar e melhorar fica melhor quando o CDS está" no parlamento, defendeu.

Numa intervenção de perto de uma hora dedicada ao tema da geopolítica, o também antigo ministro dos Negócios Estrangeiros abordou a guerra na Ucrânia e considerou que o presidente russo, Vladimir Putin, "sabe perceber a fraqueza do adversário", o que pode ser perigoso para a Europa.

"Se perceber a fraqueza do ocidente, não há nada que o trave [...] Se ocidente fraquejar, ele não para na Ucrânia", alertou, afirmando que atualmente não há "nada que se pareça com uma defesa europeia".

Paulo Portas alertou ainda para a "manipulação política do algoritmo" das redes sociais.

Numa intervenção no arranque do segundo dia das jornadas do CDS-PP, num painel sobre "os desafio da Defesa numa Europa em conflito", o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional indicou que no ano passado "os formadores portugueses treinaram cerca de 900 militares ucranianos".

Álvaro Castelo Branco disse também que este ano "Portugal alocou mais de 92 milhões de euros para as missões internacionais", referindo que "os impactos do reforço das solicitações e o envio de forças para o exterior far-se-á sentir sobretudo em 2025, perante os compromissos plurianuais que foram assumidos com a NATO".

O secretário de Estado apontou ainda como prioridades do Governo "assegurar a resolução da grave situação dos efetivos", atualizar os "incentivos ao recrutamento e a retenção dos militares, valorizar os antigos combatentes", e "reforçar ainda mais o investimento e a capacitação produtiva e tecnológica da indústria de defesa".

O executivo PSD/CDS-PP quer ainda "o reforço estratégico das missões internacionais" e a "modernização e adequação dos equipamentos e de instalações".

"Com respeito pelas possibilidades orçamentais, lutaremos, naturalmente pelas respostas possíveis que permitam dotar o país com Forças Armadas capazes e dignificadas. Esta é uma situação urgente", defendeu o também vice-presidente do CDS-PP, salientando que "o reforço do orçamento da Defesa deve ser encarado como um investimento público e não como um gasto".

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