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Políticos portugueses reagem à vitória de Donald Trump

por RTP
Andrew Kelly - Reuters

Por cá, também começam a surgir as reações à vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas.

Na rede social X, Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, não se referiu a Donald Trump, mas disse que a “Europa vai ter de cuidar de si própria”.

“A primeira consequência para Portugal é óbvia. Foco do Estado em áreas essenciais: segurança, defesa, justiça, mobilidade, acesso universal a saúde/educação. Fazer muito bem aí. Já não há margem para desbaratar recursos públicos em supérfluo/acessório”, escreveu.

Em declarações na Assembleia da República, Rui Rocha disse que lamentar a vitória de Trump “é uma má opção”, lembrando que esta foi uma “decisão democrática” dos norte-americanos.

O líder da IL defende que a União Europeia deve “assumir a responsabilidade e criar um caminho de autonomia, de capacidade de inovação, de dinamização das nossas economias”.


Para Portugal, Rui Rocha aponta algumas lições, nomeadamente que é “é fundamental valorizar a economia” e que o “Estado tem de se focar naquilo que é essencial”, ou seja, na defesa, segurança, mobilidade, justiça e num serviço de acesso universal à saúde e educação.

Em Bruxelas, João Cotrim de Figueiredo, eurodeputado da Iniciativa Liberal e ex-presidente do partido, prevê “tempos difíceis” para a Europa.

Sobre a intenção de Trump de aplicar um imposto de 20% sobre as importações, Cotrim de Figueiredo considera que a Europa tem de ser “inteligente e não reagir emotiva ou epidermicamente a essa decisão”.

“A Europa não deve retaliar de forma generalizada”, disse o eurodeputado, defendendo que deve ser “firme nas suas convicções”.

“Temos um presidente eleito com toda esta legitimidade que tem rédea livre para executar aquilo que foi o seu programa”, disse Cotrim de Figueiredo.

Sebastião Bugalho, eurodeputado da Aliança Democrática, destaca que a UE deve assegurar que o novo presidente americano será um bom aliado numa altura em que a Europa está sob ameaça da parte da Rússia.

António Tanger Corrêa, eurodeputado eleito pelo Chega, disse não ter ficado surpreendido com a vitória de Donald Trump.

O líder do Chega também já reagiu. Numa publicação na rede social X, André Ventura disse que esta foi “uma grande vitória de Donald Trump nos EUA” e apelou à Europa a seguir o mesmo caminho.

“Grande vitória de Donald Trump nos EUA. Contra os interesses do sistema instalado, contra os meios de comunicação social tradicionais, contra o globalismo woke. A América mudou hoje e virou à direita. A Europa tem de fazer o mesmo!”, escreveu. 

Em declarações aos jornalistas, Ventura disse que a eleição de Trump “tem uma importância muito grande para a Europa do ponto de vista político”.

“A mudança à direita nos EUA é não só um bloqueio à agenda de esquerda, que tem estado a varrer algumas capitais europeias e os próprios EUA, como um estímulo a todos os partidos parceiros do Partido Republicano, como é o nosso caso”, disse o líder do Chega.

João Almeida, do CDS, saudou a vitória de Donald Trump, considerando que “faz todo o sentido que a Europa tenha o seu caminho e que lute para ter, mas que não seja uma economia de costas voltadas para os EUA”.

A esquerda, por sua vez, critica o regresso de Donald Trump à Casa Branca.

Em declarações na Assembleia da República, Marisa Matias, deputada do Bloco de Esquerda, considerou a vitória de Donald Trump “uma péssima notícia”, afirmando que é um “vitória da política do ódio, do racismo, da xenofobia”.

“Todos os erros que vêm da presidência Biden/Harris, a começar pela promoção do genocídio em Gaza, só sairão agravados com esta vitória”, disse Marisa Matias, observando que a “vitória de Trump é também uma vitória de Netanyahu e de Putin”.

Por este motivo, a deputada bloquista defende uma maior autonomia da Europa na promoção da paz.

Inês Sousa Real, do PAN, diz que “foi dado um passo atrás nos EUA”, mas sublinha que a vitória de Trump “não deve desesperançar-nos, mas sim reforçar o nosso compromisso com a democracia, com o combate às alterações climáticas e com os direitos humanos”.
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