Portalegre, 11 Dez (Lusa) - Os líderes partidários do distrito de Portalegre estão divididos sobre o traçado da nova ligação rodoviária entre a A23 e a A6, mas mostram-se de acordo sobre a importância do investimento estratégico para a região.
A Concessão Alto Alentejo (Portalegre), que o governo prevê ligar Estremoz (A6) à A23, ao longo de 110 quilómetros, é a única das cinco concessões aprovadas em Conselho de Ministros que não terá um único quilómetro de auto-estrada.
Os autarcas de Portalegre, Mata Cáceres (PSD), e de Elvas, Rondão de Almeida (PS), defendem que a nova estrada entre a A23 e a A6 deverá ter ligação a Elvas, mas o presidente do município de Estremoz, José Alberto Fateixa (PS), quer a via a partir de Estremoz.
O diferendo levou já o autarca socialista de Elvas a apelar aos responsáveis políticos do distrito de Portalegre para que "encontrem uma estratégia comum" em relação aos projectos estruturantes para a região, como a ligação da A6 à A23.
"Ou os representantes máximos dos partidos no distrito de Portalegre têm uma estratégia comum, em relação aos projectos estruturantes, ou são comidos e integrados no distrito de Évora", avisou.
"Évora já possui o estatuto de capital do Alentejo e agora surge Estremoz, que quer ser a segunda centralidade do Alentejo. Se o distrito de Portalegre não estiver atento a esta situação, os responsáveis políticos são comidos pelos de Évora", declarou.
Contactado hoje pela agência Lusa, o presidente da Federação Distrital de Portalegre do PS, Ceia da Silva, defendeu a necessidade de duas ligações entre as auto-estradas, uma por Elvas e outra por Estremoz.
"É importante a ligação a Elvas para que Portalegre fique ligada à segunda maior cidade do distrito e aos investimentos que aí vão surgir, mas a ligação da A23 a Estremoz também é urgente", declarou.
Por sua vez, o líder distrital do PSD, Pedro Lancha, afirmou que o partido "ainda não tomou uma posição oficial" sobre a matéria, mas na qualidade de autarca, de Fronteira, defendeu que "o traçado deverá contemplar Estremoz e não a região de Elvas".
Para Fernando Carmosino, dirigente local do PCP, esta questão tem de ser discutida tendo em conta o "interesse nacional" e "nunca, exclusivamente, pelos interesses do distrito".
Por seu turno, a Associação de Municípios do Norte Alentejano (AMNA) não tem para já uma opinião formada, mas o presidente da estrutura, Jorge Martins, considera "importante a construção da nova estrada para tirar Portalegre do isolamento".
"Está é uma obra estratégica para a região", sustentou.
A A6, que liga Marateca ao Caia, constitui a principal ligação entre Lisboa e a fronteira espanhola, em direcção a Madrid.
Por seu turno, a A23, a Auto-Estrada da Beira Interior, atravessa os distritos de Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Santarém, ligando a Guarda (nó da A25) a Torres Novas (nó da A1) com ligação a Lisboa.
As declarações dos dirigentes partidários e autarcas alentejanos surgem depois do anúncio do Governo de que vai concessionar a privados 333 quilómetros de auto-estradas, integrados em cinco novas concessões.
Integrada nestas concessões está também a construção de 204 quilómetros de estradas, segundo informação do Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações.
O conselho de ministros aprovou uma resolução que aponta as concessões Baixo Alentejo, Baixo Tejo, Auto-estradas do Centro, Litoral Oeste e Alto Alentejo como os próximos "empreendimentos prioritários" a desenvolver pela Estradas de Portugal (EP), em regime de parceria público-privada.
A Concessão Alto Alentejo (Portalegre), que o governo prevê ligar Estremoz à A23, ao longo de 110 quilómetros, é a única das cinco concessões aprovadas em Conselho de Ministros que não terá um único quilómetro de auto-estrada.
HYT/MLM.
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