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Polícia Judiciária realiza buscas na Câmara de Ponte de Lima

por RTP
As buscas estão a decorrer na autarquia, em empresas e na casa do presidente da Câmara. Foto: Ana Correia 28 - Wikimedia Commons

A Polícia Judiciária está a realizar buscas na Câmara de Ponte de Lima. O alvo da investigação é o executivo municipal liderado por Vasco Ferraz. Há suspeitas de favorecimento pessoal em obras particulares e em subsídios atribuídos à organização das Feiras Novas - festas concelhias.

As buscas estão a decorrer na autarquia, em empresas e na casa do autarca e estão a ser acompanhadas por duas magistradas.

A RTP apurou que as buscas decorrem de dois processos. Uma investiga suspeitas de prevaricação e abuso de poder e está em causa o deferimento de obras particulares contra a lei e contra pareceres dos serviços.

A outra investiga crimes de Participação Económica em Negócio e peculato e está relacionada com subsídios atribuídos à Associação Feiras Novas, concretamente ao programa Ponte Amiga.

Neste caso, a PJ investiga viagens e contratos públicos.

Os principais suspeitos são o atual presidente da Câmara, Vasco Ferraz - à data dos factos, vereador - e o ex-autarca Vítor Mendes.

O presidente da Câmara de Ponte de Lima disse à RTP não ter sido ouvido pelas procuradoras do Ministério Público que participaram nas buscas.

“Não fui ouvido nem tenho qualquer tipo de conhecimento de existirem visados no processo. Isto é única e exclusivamente um processo de buscas, com base em queixas que, daquilo que me apercebi, são decorrentes de alguns elementos do anterior executivo, que serão analisadas pelo Ministério Público”, adiantou o autarca.

Vasco Ferraz esclareceu ainda que as procuradoras foram apenas “fazer procura de documentos” nas instalações da Câmara.

Segundo o presidente da autarquia local, a documentação solicitada esta quinta-feira está relacionada com as festas concelhias, obras e urbanismo e áreas da ação social.

“Tivemos, por exemplo, um pedido da execução de despesa na aquisição de eletrodomésticos para habitação social”, avançou.

Vasco Ferraz disse ainda estar tranquilo em relação a estas buscas, por imaginar que sejam “suspeitas infundadas de situações políticas do passado”.
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