Polícia Judiciária conduz operação de combate ao tráfico de seres humanos no Alentejo

por Joana Raposo Santos - RTP
Nesta ação policial foram apreendidos vários elementos probatórios e identificadas dezenas de vítimas Pedro A. Pina - RTP

A Polícia Judiciária realizou esta terça-feira uma grande operação de combate ao tráfico de seres humanos no Baixo Alentejo, resultando em quase três dezenas de detenções. A chamada "Operação Espelho" identificou dezenas de vítimas de nacionalidades romena, moldava, indiana, senegalesa, entre outras.

“A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional Contra Terrorismo, desencadeou no dia de hoje [21 de novembro], no âmbito de dois inquéritos titulados pelo DIAP de Évora, uma vasta operação policial” envolvendo cerca de 480 operacionais, avançou a entidade em comunicado.

A operação decorreu em várias cidades e freguesias da região do Baixo Alentejo, tendo sido realizados 78 mandados de busca domiciliária e não domiciliária e “a detenção fora de flagrante delito, até ao momento, de 28 homens e mulheres”.
Segundo a Judiciária, os suspeitos integram uma estrutura criminosa dedicada à exploração do trabalho de cidadãos imigrantes, “na sua maioria aliciados nos seus países de origem, tais como Roménia, Moldávia, Ucrânia, Índia, Senegal, Paquistão, entre outros, para virem trabalhar em explorações agrícolas naquela região do nosso país”.Os detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial já na quarta-feira, tendo em vista a sujeição às medidas de coação tidas por adequadas.

Os suspeitos têm nacionalidade portuguesa e estrangeira e encontram-se “fortemente indiciados pela prática de crimes de associação criminosa, de tráfico de pessoas, de auxílio à imigração ilegal, de angariação de mão-de-obra ilegal, de extorsão, de branqueamento de capitais, fraude fiscal, ofensas à integridade física, posse de arma de fogo e falsificação de documentos”.

Nesta ação policial foram ainda apreendidos vários elementos probatórios e identificadas dezenas de vítimas.


A operação da PJ contou com a colaboração da Segurança Social no encaminhamento das vítimas, “com necessidades de apoio social imediato”, e com o apoio logístico da Força Aérea Portuguesa.
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