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Pneumologista defende que nem todas as escolas devem ser encerradas

por RTP

O pneumologista Filipe Froes, membro do Conselho Nacional de Saúde Pública, defende a opinião desse órgão de que nem todas escolas devem encerrar. Em entrevista à RTP, o especialista explicou ainda aquela que se acredita ter sido a origem da infeção em Itália, o segundo maior foco da epidemia a nível mundial.

"Quando se fecha uma escola têm de haver critérios bem fundamentados que justifiquem que as crianças saiam dessa escola", considerou. Têm também de se perceber "as vantagens que isso pode resultar no controlo de infeção, e ao mesmo tempo os prejuízos que daí advêm".

"Penso que esta decisão permite que as escolas que estão no contexto epidemiológico em que se justifica o encerramento" sejam devidamente encerradas, mas noutras em zonas onde não há casos"não se justificava essa medida", defendeu Filipe Froes.

O pneumologista acredita que estamos ainda longe de atingir o pico de infetados em Portugal e que a falta de ventiladores nos hospitais portugueses pode ser um problema caso venham a surgir muitos casos de pessoas que precisem deles para ajudar à respiração.
O paciente zero em Itália
No caso italiano, Froes explicou que a tese mais forte é a de que o vírus tenha sido trazido por um doente chinês da cidade de Wuhan que, no início do surto na China, se deslocou à região da Lombardia em janeiro ou fevereiro para um procedimento cirúrgico.

“No decurso desse procedimento cirúrgico, parece que este doente chinês tinha queixas nasais e dores de garganta, que não foram devidamente valorizadas nem contextualizadas e terá transmitido a doença ao médico que o operou”, pelo que esse médico poderá ser o paciente zero em Itália.

Passado cerca de sete dias, esse médico adoeceu e ficou internado com uma pneumonia “muito grave”, submetido a entubação, ou seja “com um tubo para respirar ligado a um ventilador”.

“Nos procedimentos a que ele era submetido diariamente, como ninguém sabia o que estava a acontecer, ocorreu transmissão na via aérea” no ambiente hospitalar, aos médicos, enfermeiros e outros doentes.

Filipe Froes explica que esta transmissão foi fácil pois “as partículas são mais pequenas, ficam suspensas no ar, ficam mais tempo no ar e vão mais longe”, pelo que “o risco de exposição dos profissionais de saúde e eventualmente de outros doentes” foi muito maior.

Veja ou reveja aqui a Grande Entrevista com o pneumologista Filipe Froes.
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