Plano de Segurança e Mobilidade. Transportes públicos de Lisboa com reforço diário de lugares entre 354.000 e 780.000 na JMJ

por Joana Raposo Santos, Mariana Ribeiro Soares - RTP
Entre as medidas de segurança a adotar está o controlo do espaço aéreo. Filipe Amorim - Lusa

Os planos de Segurança e Mobilidade para a Jornada Mundial da Juventude foram apresentados esta sexta-feira. Entre as medidas destaca-se o reforço dos transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa, que passam a disponibilizar diariamente mais 354.000 lugares em cada dia útil e mais 780.000 lugares nos dias do fim de semana. O evento ocorre entre 1 e 6 de agosto.

Entre os dias 1 e 4 de agosto serão disponibilizados por dia mais 354.000 lugares, dos quais 119.000 no modo rodoviário, 90.000 em comboios, 143.000 em metro e metro de superfície e 2.000 em barcos.
Quanto aos dias 5 e 6, está prevista a disponibilização diária de mais 780.000 lugares, sendo 429.000 de modo rodoviário, 170.000 em comboios, 154.000 em metro/metro de superfície e 27.000 em barcos.
Consulte aqui todas as informações sobre os planos de segurança e de mobilidade.

O reforço da oferta foi consensualizado com a CP - Comboios de Portugal, Metropolitano de Lisboa, Carris, Carris Metropolitana, Fertagus, Metro Transportes do Sul e Transtejo/Soflusa.

Na apresentação dos planos foi também anunciado que algumas estações de metro em Lisboa serão encerradas durante a Jornada Mundial da Juventude.

Nos dias 1, 3 e 4 de agosto encerram as estações de metro da Avenida, Marquês de Pombal, Parque e Restauradores, tendo em conta os eventos marcados para estas zonas da cidade de Lisboa.
Medidas de segurança
Entre as medidas de segurança a adotar está o controlo do espaço aéreo. Serão implementadas medidas de controlo e gestão do espaço aéreo, em especial a criação de quatro zonas de exclusão aérea em Lisboa e Fátima e limitações de exploração de 23 aeródromos.

Os voos comerciais no aeroporto de Lisboa e Cascais são permitidos. Vão também ser reforçados os sistemas de deteção de aeronaves não tripuladas (drones) não autorizados.

Relativamente ao controlo das fronteiras, existem 21 pontos de passagem autorizados. O controlo será seletivo com base em indicadores de risco e informações.

“As verificações documentais serão aleatórias e direcionadas, em função da análise de risco”, explicou Paulo Vizeu Pinheiro, secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), salientando que o objetivo é garantir o “máximo de segurança, com o mínimo de perturbação”.

O controlo das fronteiras decorrerá sob responsabilidade do SEF, com apoio da GNR e PSP.

Para evitar o excesso de lotação de recintos, Paulo Vizeu Pinheiro anunciou que foi desenvolvido um trabalho com parceiros nas áreas das comunicações e das autarquias “que nos irá permitir ter em tempo real informação fidedigna do número de pessoas que estão nos recintos e noutras zonas serem de grande aglomeração”.
Segurança do papa reforçada por unidade especial da PSP
O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna adiantou ainda que as medidas de segurança do papa Franciso foram desenhadas em estreita colaboração com a Gendarmaria do Vaticano e as forças de segurança e emergência médica portuguesas.

“Com especial destaque para a Polícia de Segurança Pública, que tem um corpo de segurança pessoal, unidade especial que tem uma grande prática e experiência nesta área e que assume a exclusiva responsabilidade da segurança próxima” do papa, explicou.

Foi também reforçada, em colaboração com as autarquias, a segurança em espaços públicos e de lazer como jardins, parques e praias, com o apoio da PSP, GNR, a Autoridade Marítima Nacional e Polícia Marítima, o INEM e a Proteção Civil.

Estas entidades “vão reforçar a sua presença como forma não só dissuasora de comportamentos de risco, mas garantindo o bem-estar e a proteção das pessoas que irão estar aqui concentradas”.

Quanto às comunicações, está previsto o aumento da capacidade de resposta e resiliência dos circuitos de comunicação e emergência. Foram, nesse sentido, reforçadas seis estações na zona de Lisboa, bem como as redes gerais de telecomunicações.

“Adicionalmente, para garantir que a cadeia de comando mantém a capacidade de comunicação redundante, foram tornados prioritários 500 números de telemóvel de comandantes operacionais das forças de segurança, emergência médica e Proteção Civil”, afirmou Paulo Vizeu Pinheiro.

No total, estão destacados aproximadamente 16.000 elementos das forças de segurança, Proteção Civil e emergência médica. No entanto, “há números aqui que são flexíveis, que têm a ver com o período máximo de afetação”.
Passes especiais criados para os peregrinos
Quanto ao número de participantes esperados no evento, a VTM, empresa responsável pelo Plano de Mobilidade, conta que a participação de peregrinos vá aumentando ao longo da semana.

“Nos primeiros dias é mais expectável que sejam os jovens inscritos que vão participar”, mas quando o papa chegar ao território a sua presença “trará bastantes participantes mais que vêm ver o papa”, explicou Isabel Pimenta, da VTM.

O fim de semana culminará com cerca de um milhão de pessoas, segundo as estimativas da empresa.

Ainda no sentido de facilitar a mobilidade destes participantes, José Sá Fernandes, coordenador do grupo de projeto para a JMJ, anunciou a criação de passes específicos para os peregrinos.

O objetivo dos passes, cujo custo contou com uma comparticipação de 40% pelo Governo, é evitar um excedente de filas em transportes públicos.
Portugal "estará à altura"
No início da apresentação dos planos de segurança mobilidade, Ana Catarina Mendes, ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, disse que esses planos, elaborados ao longo de mais de 400 dias, são “transversais”, já que abrangem várias forças de segurança, as Forças Armadas e empresas de transportes.

A responsável adiantou ainda que o plano de segurança teve a cooperação de forças internacionais.

“Julgo que Portugal demonstrará mais uma vez que, perante o desafio de um evento desta natureza, estará à altura de bem receber, à altura de acolher e à altura de garantir as condições para que todos sintam que Portugal tornou possível esta Jornada Mundial da Juventude”, acrescentou.
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