Plano de ataque à FCUL. João Carreira condenado a dois anos e nove meses de prisão em internamento

por RTP
O advogado de João Carreira, Jorge Pracana, explica que o estudante já cumpriu prisão preventiva por cerca de dez meses e que este tempo vai ser descontado José Sena Goulão - Lusa

O estudante acusado de planear um ataque terrorista na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa foi esta segunda-feira condenado a dois anos e nove meses de prisão, a cumprir em regime de internamento psiquiátrico, por detenção de arma proibida. João Carreira foi absolvido do crime de terrorismo.

João Carreira, de 19 anos, foi condenando a dois anos e nove meses de prisão por detenção de arma proibida, a cumprir num estabelecimento prisional para inimputáveis.

O estudante foi absolvido dos dois crimes de terrorismo de que estava acusado, uma vez que o coletivo de juízes, presidido por Nuno Costa, considerou que não estavam reunidos os pressupostos para João Carreira ser condenado por estes crimes.

Na opinião do coletivo de juízes, os crimes de terrorismo na forma tentada e de treino para terrorismo não se aplicavam, dado que João Carreira foi detido em casa e porque, apesar de ter admitido que tinha a intenção de planear um ataque à FCUL, o estudante não pertencia a uma organização terrorista.

O advogado de João Carreira explica que o estudante já cumpriu prisão preventiva durante cerca de dez meses e que esse tempo vai descontar nesta pena. Jorge Pracana sublinha a importância de o estudante obter o apoio psiquiátrico devido, tendo em conta que tem síndrome de Asperger.

O advogado diz estar “satisfeito face ao contexto geral” com a decisão do MP, considerando que “era um facto claro que as armas estavam lá e que foram apreendidas”.

Jorge Pracana diz que irá “analisar a sentença com cuidado e verificar se há uma adequação da pena aos factos”.

O alegado ataque terrorista programado para a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa a 10 de fevereiro de 2022 foi travado pela Polícia Judiciária, que diz que o mesmo estava a ser preparado desde setembro de 2021.

Em outubro, o jovem estudante admitiu perante o coletivo de juízes que tinha a intenção de desencadear este ataque à FCUL e que a ideia surgiu em janeiro deste ano, mas que já consumia informação sobre assassinatos em massa dos Estados Unidos desde 2018.

João Carreira confessou que queria usar "cocktails molotov", "atirar setas" e "matar e esfaquear pessoas".

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