A Procuradoria-Geral da República acaba de confirmar que foi aberto um inquérito autónomo para investigar a alegada participação do advogado Proença de Carvalho e de Carlos Silva no caso de corrupção que envolve o procurador Orlando Figueira e o ex-vice-presidente de Angola, Manuel Vicente. Este inquérito foi desencadeado por um requerimento de Orlando Figueira ao qual o Sexta às 9 teve acesso exclusivo.
São nove páginas em que o procurador condenado por corrupção elenca as 15 pessoas individuais e coletivas que devem ser investigadas num inquérito autónomo depois dos factos que ficaram provados em tribunal.
Entre os 15 nomes indicados estão Proença de Carvalho, por alegado branqueamento de capitais, e Carlos Silva, o presidente do BPA Angola e Europa, por presumíveis corrupção e branqueamento de capitais.
A Procuradoria-Geral da República acaba de garantir que este requerimento já deu origem à abertura de um inquérito.
O procurador Orlando Figueira foi condenado no âmbito da Operação Fizz a seis anos e oito meses de cadeia.
Proença de Carvalho reage
Em comunicado enviado à imprensa, o advogado Proença de Carvalho classifica o comportamento de Orlando Figueira como sendo "próprio de um mentiroso compulsivo", com uma "obsessão doentia".
Proença de Carvalho lembra que Figueira foi condenado em tribunal a uma pena de prisão efectiva e que a versão dos factos apresentada pelo mesmo Figueira foi "desmascarada" no julgamento.
Ainda assim, Proença de Carvalho inquieta-se com a "tentativa que o referido senhor faz de instrumentalizar o Ministério Público, através da apresentação de uma denúncia caluniosa".