A erosão costeira está a degradar as condições da barra da Figueira da Foz. Os pescadores descrevem uma situação de perigo constante, por causa da acumulação de sedimentos.
"Desde que foi prolongado o molho, a barra ficou pior", afirma sem dúvidas o mestre Josué Coentrão. Ele recorda que "antigamente saímos de proa à barra, agora temos que vir atravessado".
Este homem do mar diz mesmo que os pescadores foram esquecidos e que o molho norte do porto só foi pensado para o porto comercial: "A Autoridade Marítima, na dúvida, encerra a barra, mas nós ganhamos aquilo que pescamos".
"Já arranjaram uma solução para o cais comercial e não quiseram saber da pesca", lamenta Josué Coentrão.
Em novembro de 2021, morreram quatro pessoas. Os naufrágeos vão acontecendo e "a taxa de mortalidade aumentou muito", aponta o mestre Hélio Paulino.
"Nós tínhamos um naufrágio a cada dez anos e agora temos um naufrágio todos os anos", acrescenta.
O presidente da Organização dos Produtores de Peixe do Centro Litoral, António Lé, critica a administração do porto da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, perante a perigosidade que vê no local.
"Temos o porto mais perigoso do país Portugal", sendo "dos mais importantes ou o mais importante" por ser a "um porto central e a abertura do país e da Europa para o mundo".
António Lé pede soluções não só da administração, mas também a atenção do Presidente da República e do Governo.