Perturbações do sono afectam muitas crianças

por Agência LUSA

As perturbações do sono na criança, provocadas por rotinas de adormecimento inadequadas, são muito frequentes, mas estão subdiagnosticadas por desconhecimento dos pais e falta de preparação dos médicos, revela um estudo apresentado hoje em Lisboa.

O "Inquérito sobre o sono nos primeiros cinco anos de vida" foi realizado no Hospital São João de Deus, em Vila Nova de Famalicão, e apresentado hoje durante o 7/o Congresso Nacional de Pediatria.

Os investigadores apuraram que cerca de 25 a 50 por cento das crianças em idade pré-escolar são referidas como tendo perturbações do sono - alterações na sua qualidade ou quantidade e o seu impacto negativo no sono parental - e atribuíram às rotinas de adormecimento erradas a esmagadora maioria da responsabilidade destes casos.

O estudo envolveu 135 crianças com idades entre os seis meses e os cinco anos, tendo concluído que em 70 por cento dos casos eram utilizadas várias rotinas de adormecimento inadequadas.

Trinta por cento das crianças adormeciam sozinhas na cama e 62, isto, é 45,9 por cento, dormiam menos de dez horas por dia.

Do total das crianças, 24,5 por cento acordavam três ou mais vezes por noite, tendo os pais referido falta de sono em 60 por cento dos casos.

A investigação apurou ainda que os pais das crianças com rotinas de adormecimento inadequadas referiam mais frequentemente que os seus filhos tinham um sono perturbado.

Os autores do estudo sublinham que apesar da elevada prevalência da perturbação do sono na idade pediátrica, os pais raramente abordam o problema com o médico.

Por seu lado, regista-se da parte dos profissionais da saúde uma "falta de preparação" para esta questão, o que é grave pois "um sono repousante é essencial para o normal desenvolvimento e crescimento da criança bem como para a sua saúde emocional e função imunitária".

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