Redação, 27 jul (Lusa) -- A Península Ibérica recebeu, na Idade do Bronze, menos influência dos invasores das regiões das estepes do que o resto da Europa, conclui um estudo hoje divulgado, com a participação da Universidade de Coimbra, que analisou informação genética antiga.
Entre o Neolítico Médio (4200-3500 A.C.) e a Idade do Bronze Médio (1740-1430 a.C), a Europa Central e do Norte recebeu um afluxo em massa de pessoas das regiões das estepes da Europa de Leste e da Ásia.
Uma equipa de investigadores, incluindo os portugueses Rui Martiniano, do Trinity College Dublin, na Irlanda, e Ana Maria Silva, da Universidade de Coimbra, sequenciou o genoma (informação genética) de 14 pessoas que viveram em Portugal durante o Neolítico e a Idade do Bronze e comparou-o com outros genomas, antigos e modernos.
Por contraste com outras partes da Europa, o grupo detetou apenas mudanças genéticas subtis entre as amostras do Neolítico e da Idade do Bronze resultantes da migração das estepes em pequena escala, refere em comunicado a PLOS Genetics, revista científica que publica hoje o estudo, ressalvando que as alterações genéticas são mais pronunciadas na linhagem paterna.
A investigação sugere que a migração para a Península Ibérica ocorreu numa muito menor escala quando comparada com as invasões das estepes para a Europa do Norte, do Centro e do Noroeste, com implicações na disseminação da linguagem, da cultura e da tecnologia.