O presidente da República e o primeiro-ministro deslocam-se esta terça-feira a Pedrógão Grande para a inauguração oficial do monumento de homenagem às vítimas dos incêndios florestais de 2017. Seis anos depois, a presidente da Associação de Vítimas faz notar que "ainda falta ter telecomunicações efetivamente boas".
O monumento foi aberto dois dias antes da data em que se completaram seis anos da tragédia, momento que não contou com nenhum membro do Executivo. A homenagem oficial realiza-se esta terça-feira à tarde.A tragédia em 2017 provocou 66 mortos e mais de 250 feridos.
No passado sábado, o presidente da República foi a Pedrógão Grande visitar o memorial das vítimas dos incêndios.
Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de fazer a visita sozinho, sem a presença da comunicação social. As imagens da deslocação foram publicadas na página oficial da Presidência.
Ausência criticada
A ausência de membros do Governo e do presidente da República na abertura do monumento ao público a 15 de junho, dois dias antes da data da tragédia de 2017, foi alvo de críticas. As famílias das vítimas consideraram que foram esquecidas pelo poder. No entanto, Governo e Presidência da República garantiram que não se tratou de esquecimento e justificaram a ausência pela falta de convite para participar nas cerimónias de abertura ao público.Nunca houve convites da Associação
A presidente da Associação de Vítimas de Pedrógão Grande explicou no Bom Dia Portugal que não houve convites para a abertura oficial do monumento ao público porque, ao longo dos anos, a associação nunca o fez. “A Associação de Vítimas considerou que este ano não faria sentido fazer convites. Tendo em conta que nunca foi a associação que os fez”, esclareceu Dina Duarte.
Segundo a presidente da Associação de Vítimas, “os convites eram feitos pela autarquia, que tinha ao seu encargo a celebração da missa”.
“A Associação tem sempre as portas abertas para quem nos quer visitar”.
Governo pediu desculpas
A 18 de junho, a ministra da Coesão Territorial pediu desculpa por não ter estado presente no sexto aniversário dos incêndios de Pedrógão Grande. "Lamentamos muito se esta nossa decisão causou qualquer sentimento de abandono às vítimas e às suas famílias. Pedrógão jamais será esquecido", afirmou Ana Abrunhosa na RTP.
Na altura, a governante garantiu ainda que o Fundo REVITA, de apoio à população afetada pelos incêndios em 2017, vai continuar a funcionar. "Fica aqui a garantia de que o fundo continuará a funcionar da mesma maneira. As contas e as aplicações dos fundos virão na conta do Orçamento do Estado. Os 1,4 milhões só podem ser utilizados no território", frisou.
Esta manhã, na entrevista à RTP, a presidente da Associação de Vítimas recordou que existe "por parte da senhora ministra a garantia" de que os fundos "irão ser aplicados no território".
Os problemas seis anos depois
Seis anos depois da tragédia, Dina Duarte recorda que "ainda falta ter telecomunicações efetivamente boas".
Segundo a presidente da Associação de Vítimas, atualmente existem "problemas de interrupção" com frequência. "É um território com muitos traumas, com muitas perdas e a saúde mental é, para nós, um ponto muito importante".