Pedro Nuno Santos, o secretário de Estado que coordena as negociações com o Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Comunista Português (PCP), está convicto de que os orçamentos do Estado para 2018 e 2019 vão ser aprovados. "Trabalho com eles todos os dias e sei o que estamos dispostos a fazer", afirma o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, que diz em entrevista à Antena 1 não ter necessidade de ser ministro porque depende diretamente do primeiro-ministro.
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O ministro revela nesta entrevista à rádio pública que todas estas medidas terão de ser faseadas "porque têm de ter sustentabilidade e apoio popular", quer na atualização dos escalões do IRS, quer no descongelamento das carreiras e na "despenalização das reformas acima dos 40 anos de descontos".
A propósito das dúvidas de Mariana Mortágua sobre o aumento do salário mínimo, o governante disse que a deputada bloquista "teve um erro de perceção mútua".
No debate parlamentar de quarta-feira, o ministro das Finanças não respondeu. Esta manhã Pedro Nuno Santos responde na entrevista à Antena 1: "O salário mínimo vai aumentar até aos 600 euros, isso é para nós claro". Questionado, manifesta a expectativa de que não tenha de ser preciso esperar até 31 de dezembro de 2019.
Sem remissão, o Partido Socialista (PS) vai chumbar a iniciativa de referendo do PCP sobre a regionalização. E quer o PSD envolvido quando a questão se colocar. "Não há condições políticas nesta legislatura", afirma Pedro Nuno Santos à Antena 1.
A Constituição obriga a referendar a regionalização e é preciso "um PSD conquistado também para essa reforma".
Surpreendente a afirmação do Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares de que "não há nada que o Governo queira fazer que não tenha o apoio do PCP e do BE", a não ser que "comecemos a cortar salários, a cortar pensões, a privatizar o pouco que resta, a desregulamentar ainda a legislação laboral. Aí os acordos ficavam em risco e não apenas por causa do PC e do BE, mas também por causa do PS".
Nesta entrevista a Maria Flor Pedroso, Pedro Nuno Santos confessa "que não reza para que o PS não tenha maioria absoluta" e que espera que, em próximas eleições, os partidos que compõem a maioria cresçam.