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Paulo Macedo promete averiguar morte de paciente com Hepatite C

por Christopher Marques, RTP
A morte de uma paciente de 51 anos com Hepatite C que não teve acesso ao fármaco inovador acabou por marcar a deslocação de Macedo ao Parlamento. Miguel A. Lopes, Lusa

A morte de uma paciente de 51 anos com Hepatite C que não teve acesso ao fármaco inovador acabou por marcar a deslocação do ministro da Saúde ao Parlamento. Esta tarde, Paulo Macedo reuniu com o filho da vítima e garantiu que irá averiguar a situação. O ministro criticou a atitude da empresa farmacêutica responsável pelo fármaco.

Paulo Macedo foi ao Parlamento para dar explicações sobre a situação nas urgências, mas foi o tratamento da Hepatite C que acabou por marcar a deslocação do ministro da Saúde. Na comissão de Saúde, um doente com hepatite C interpelou Paulo Macedo sobre o seu caso e o de uma mulher de 51 anos que morreu sem acesso ao medicamento que a podia ter resgatado.

Depois da comissão, o ministro da Saúde recebeu os filhos de duas doentes com Hepatite C, uma das quais já faleceu. A reunião durou cerca de uma hora, tendo Paulo Macedo garantido que irá averiguar a razão de uma das doentes ter falecido sem receber o medicamento inovador.

“Comprometo-me, pessoalmente, a verificar o circuito e o que pode ser encurtado”, afirmou Paulo Macedo.

O governante quer que o medicamento chegue aos que mais precisam e reafirma o esforço do executivo em conseguir um acordo com a indústria farmacêutica que permita uma utilização mais generalizada.
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“Temos, não apenas de tratar as pessoas com os critérios estabelecidos pela Comissão Nacional de Farmácia e Terapêuticas”, mas também “poder alargar a um conjunto de milhares de pessoas que vão poder, eventualmente, beneficiar do medicamento”, disse o ministro da Saúde.

Aos jornalistas, Macedo explicou que o atual procedimento para a atribuição do medicamento é excecional, sendo que o objetivo do Governo é que o fármaco possa ser disponibilizado a preços “comportáveis".

"A indústria farmacêutica não pode estar a olhar para o que vai acontecendo, morrendo pessoas, e estar impávida e serena à espera de que, devido à pressão mediática e política, o Estado aceite qualquer valor", disse Macedo aos jornalistas.

O Governo quer que o preço do medicamento não ponha em causa o Serviço Nacional de Saúde, garantindo que o mesmo “só depende da indústria”.

“Está mais do que amortizada toda a parte da investigação”, disse Macedo garantindo que, por isso mesmo, “basicamente, a receita é igual ao lucro”.

"Combater as farmacêuticas"

No encontro privado, Paulo Macedo terá explicado aos familiares de duas doentes com Hepatite C, uma das quais já faleceu, as negociações que atualmente decorrem com o laboratório. Assegurando que a conversa com Macedo não resultou numa “lavagem cerebral”, David Gomes mantém a intenção de processar o Estado, mas também critica a indústria farmacêutica.
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“Querem fortunas para um medicamento que tem um lucro de cinco mil por cento”, disse Diogo Gomes aos jornalistas, que considera que “devíamo-nos juntar todos para combater as farmacêuticas porque vão morrer mais pessoas”.

David Gomes disse que o ministro lhe garantiu “olhos nos olhos” que iria averiguar a situação e responder pessoalmente perante ele. O filho da paciente que faleceu não percebe porque é que a sua mãe não fez parte dos doentes que receberam o fármaco.

“O ministro disse que foram distribuídos cerca de cem medicamentos para as pessoas prioritárias e a minha mãe não foi uma dessas pessoas. Não sou médico, sou um ignorante nesse assunto, agora eles têm de saber quem são os prioritários. Se a minha mãe já morreu, de certeza que era uma das prioritárias”, contou.

Farmacêutica disponibilizou medicamento
A farmacêutica Gilead, detentora do medicamento inovador para a hepatite C, disse esta quarta-feira que a doente que morreu recentemente vítima da doença podia ter tido acesso ao fármaco sem qualquer custo para o Estado.

A informação foi avançada pelo Rádio Renascença e entretanto confirmada, em comunicado, pela empresa Gilead.

Numa nota enviada à agência Lusa, a Gilead disse nunca ter recebido qualquer nota de encomenda para o uso do medicamento na mulher de 51 anos, que morreu na sexta-feira vítima de hepatite C, apesar de o laboratório o ter disponibilizado.

(c/Lusa)
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