"Parque Aventura" substitui zona de barracas na Amadora

por Agência LUSA

O "Parque Aventura", um espaço verde de cinco hectares, vai nascer dentro de um ano na Falagueira, Amadora, transformando aquela antiga zona de barracas numa área de lazer dedicada aos jovens e à educação rodoviária.

A área onde está a ser construído o Parque Urbano da Ribeira da Falagueira era ocupado por 365 barracas, que já foram demolidas num processo de realojamento que custou cerca de 25 milhões de euros, adiantou Joaquim Raposo durante uma visita à obra.

A última barraca foi demolida no dia 25 de Agosto, dando início à construção da segunda fase do empreendimento, que compreende uma área de cerca de 40.181 metros quadrados e representa um investimento de cerca de cinco milhões de euros, adiantou, por seu turno, o vereador com o pelouro dos espaços verdes da autarquia, Gabriel Oliveira.

A primeira fase do parque, na zona Norte, já está concluída e compreende uma área de cerca de 13.800 metros quadrados e um investimento de cerca de um milhão de euros.

Os grandes objectivos que se pretendem atingir com a construção do parque são o controlo das cheias, a valorização urbanística, o enriquecimento patrimonial e a valorização ambiental e paisagística, adiantou o vereador.

Segundo Gabriel Oliveira, o Parque Aventura será um parque temático, dedicado aos jovens e à Educação Rodoviária.

"O parque terá uma escola fixa de trânsito para os mais jovens, onde se pretende ensinar às crianças do primeiro e segundo ciclos as regras básicas de trânsito", sublinhou.

"Não queremos que seja o parque do baloiço e do escorrega, mas um espaço onde as pessoas passem muito tempo e desejem voltar", disse à Agência Lusa o vereador.

Para combater o vandalismo, que muitas vezes surge nos parques, Gabriel Oliveira explicou que vai ser uma zona muito iluminada para que as pessoas possam passear sem receios.

O vereador disse à Lusa que a autarquia, em vez de apostar na construção, como era a política de outrora, está a apostar na requalificação da cidade.

"Antigamente havia 2,1 metros quadrados de espaços verdes por habitante e actualmente são 9,7, sendo o objectivo da autarquia atingir os dez metros quadrados", acrescentou, rematando: "queremos que a cidade deixe de ser dormitório e passe a ser uma cidade de lazer".

Para o presidente da Câmara Municipal da Amadora, Joaquim Raposo, "é necessário continuar a investir nestas iniciativas, no serviço de requalificação das cidades".

"Dificilmente um parque desta dimensão teria custos tão elevados, mas acho que vale a pena. Tivemos de expropriar os terrenos e foi todo um processo de construção e realojamento das pessoas", adiantou o autarca, salientando que a obra deverá ficar orçada em cerca de 35 milhões de euros.

"A população entende que se gaste este dinheiro, tendo em conta que esta era um mancha negra que tínhamos na Amadora e que estamos a acabar com ela", frisou, garantindo que dentro de um ano a obra estará concluída.

Joaquim Raposo fez questão de frisar que a conclusão das obras para daqui a um ano não está relacionada com as eleições autárquicas (no Outono de 2005).

"Não é uma obra que eu quero que esteja pronta por causa das eleições. É uma obra que estará pronta no âmbito do planeamento que fizemos, tendo em conta que também temos prazos a cumprir, dado que é uma obra com fundos comunitários", salientou.

Para o presidente da Junta de Freguesia da Falagueira, Eduardo Rosa, a construção do parque temático é "um marco histórico para a freguesia".

"A construção do parque vai alterar substancialmente a qualidade de vidas dos moradores das freguesias envolvidas (Falagueira, Mina, Casal São Brás), mas também dos outros residentes na Amadora", sustentou.

Salientou ainda a maneira como decorreu o processo de realojamento, que acredita ter permitido que as pessoas não fossem desenraizadas: estavam inscritas no Programa Especial de Realojamento (PER) 85 famílias, que foram realojadas no Casal Silva, também na Falagueira.

O parque vai ter vários equipamentos lúdicos para crianças e jovens, entre os quais redes e slides, espaços destinados à terceira idade, cascatas que vão recuperar a água proveniente do Aqueduto das Águas Livres, uma horta pedagógica e um mini golfe.

Segundo a Câmara, o parque vai ainda integrar a Casa Rural da Ordem de Malta, datada do século XVI, uma ponte e um cabeceiro da mesma época, um troço do Aqueduto de São Brás, subsidiário do Aqueduto das Águas Livres, e uma mãe de água.

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