Orçamento do Estado. Governo e PS insistem no diferendo sobre "secretismo" e "discrição"

por Cristina Santos - RTP
Palácio de São Bento. Foto: António Antunes - RTP

Agora de viva-voz, o primeiro-ministro e o líder do PS insistem na troca de argumentos sobre a marcação de uma reunião para negociar o OE2025. O líder do PS reafirma que não aceita "reuniões secretas". Luís Montenegro responde que as reuniões em São Bento são muitas vezes discretas sendo "um traço de maturidade democrática" e "algo que existe há décadas".

O líder do PS acusou esta segunda-feira o Governo de fazer de conta que o Partido Socialista é o parceiro preferencial na negociação do Orçamento do Estado para 2025.

Declarações de Pedro Nuno Santos durante uma visita a algumas zonas atingidas pelos incêndios, numa altura em que se soube das reuniões, em separado, do primeiro-ministro com Rui Rocha (Iniciativa Liberal), esta segunda-feira de manhã, e com André Ventura (CHEGA), pouco antes da hora do almoço.

De acordo com o líder dos socialistas, o comunicado do Governo, no domingo, só existiu porque o Executivo teve receio de ser "apanhado" a ter reuniões secretas.
Depois de uma troca de comunicados e de acusações entre as duas partes, no domingo, sobre datas para negociar o OE2025 e reuniões secretas ou discretas, o primeiro-ministro foi questionado sobre o tema esta segunda-feira à tarde.

Luís Montenegro insiste que “não há reuniões secretas, o primeiro-ministro recebe semanalmente muitas personalidades e líderes políticos (…) eu próprio enquanto presidente do PSD vim aqui algumas vezes sem que os senhores jornalistas soubessem (...) é um traço de maturidade (...) é algo que existe há décadas”.
Estas declarações do primeiro-ministro surgiram após a primeira reunião de equipa para investigar a origem dos incêndios. 

O presidente da República avisou que sem Orçamento aprovado haverá crise política e económica. Logo depois foi anunciada uma reunião para sexta-feira, 27 de setembro, entre o primeiro-ministro e o líder do PS.
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