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Operação Pretoriano. Fernando Madureira fica em prisão preventiva

por Inês Moreira Santos - RTP
Fernando Veludo - Lusa

O juiz de Instrução Criminal decretou, esta quarta-feira, a prisão preventiva para Fernando Madureira e Hugo Carneiro. Já Vítor Catão ficará em prisão domiciliária. Os arguidos estão ainda proibidos de contactar qualquer interveniente na Operação Pretoriano.

O líder dos Super Dragões ficou em prisão preventiva, uma semana depois de ter sido detido no âmbito da Operação Pretoriano, segundo determinou o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto.

Em comunicado, o tribunal informa que o juiz de instrução Pedro Miguel Vieira aplicou a medida cautelar mais gravosa a Fernando Madureira, assim como a Hugo Carneiro, conhecido por ‘Polaco’. O mesmo documento indica que Vítor Catão, adepto do FC Porto e antigo presidente do São Pedro da Cova, ficará sujeito à obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica, a partir do momento que esta for instalada.
Os três arguidos estão também proibidos de contactar através de "qualquer meio direto ou indireto" intervenientes na Operação em curso, à exceção de familiares diretos, e membros da atual direção dos Super Dragões. Estão ainda impedidos de aceder e permanecer em "recintos desportivos onde se realizem eventos de qualquer modalidade e/ou escalão referentes ao Futebol Clube do Porto" - medida também aplicada aos restantes arguidos já libertados.

Outras medidas em destaque são a proibição de aceder ou permanecer na sede da claque dos Super Dragões e obrigação de se apresentarem ao órgão de polícia criminal da área de residência três vezes por semana.

Os restantes arguidos ficam a aguardar em liberdade o julgamento.

As medidas de coação determinadas a estes três suspeitos corresponderam à promoção feita pelo Ministério Público, que não pediu privação da liberdade para os restantes nove arguidos, dos quais três tinham sido libertados no sábado e os outros seis na terça-feira.

O juiz decidiu que essas nove pessoas, incluindo Sandra Madureira, mulher de Fernando Madureira e vice-líder dos Super Dragões, ficam sujeitos, nomeadamente, à proibição de contactos entre si, à proibição de contactos com a direção e elementos da claque ‘azul e branca’, à proibição de acesso a recintos desportivos ou à apresentação às autoridades.

À saída do TIC, a advogada de Vítor Catão admitiu aos jornalistas que ainda não estava decidido se iam recorrer desta decisão judicial.

"Essa é uma decisão tomada pelo arguido, sendo obviamente aconselhado pela defesa. Vou ter de falar com ele. Não existe decisão unilateral de uma defesa em recorrer ou não”, referiu Susana Mourão, advogada de Catão.

Os arguidos deste processo estão indiciado da prática de crimes de "ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo", adianta ainda o comunicado do Tribunal. Estão indiciados também por coação agravada, crime de instigação pública a um crime, "crime de arremesso de objeto" e ainda "crime de atentado à liberdade de informação".

Recorde-se que a 31 de janeiro, a PSP deteve 12 pessoas - incluindo dois funcionários do FC Porto e o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira -, no âmbito da Operação Pretoriano, que investiga os incidentes verificados numa Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube.

De acordo com documentos judiciais, o Ministério Público sustenta que a claque Super Dragões pretendeu “criar um clima de intimidação e medo” na AG do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve incidentes, para que fosse aprovada a revisão estatutária, “do interesse da atual direção” ‘azul e branca’.

A Procuradoria-Geral Distrital do Porto divulgou que estão em causa “crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação”.


C/Lusa
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