Operação "Mercado Negro". Treze detidos em operação de buscas a cadeias
A Polícia Judiciária lançou esta quarta-feira uma operação de buscas a vários estabelecimentos prisionais. Foram detidas 13 pessoas, entre as quais dois guardas e um agente da PSP. Em causa estão suspeitas de corrupção e tráfico de estupefacientes.
A investigação incide, ainda segundo a polícia de investigação criminal, sobre "um alegado projeto criminoso, praticado, entre outros, por guardas prisionais que facilitam a entrada de substâncias ilícitas nos estabelecimentos prisionais a troco de vantagem patrimonial".
"Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de estupefacientes, tráfico de substâncias e métodos proibidos, falsificação de documentos e branqueamento".Os 13 detidos serão agora presentes a primeiro interrogatório judicial para a aplicação de medidas de coação.
"A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais prestou toda a colaboração à investigação desenvolvida, designadamente, através da Direção dos Serviços de Segurança e do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP)", lê-se na mesma nota da Judiciária.
"As diligências, no âmbito de inquérito dirigido pelo DIAP Regional de Lisboa, foram acompanhadas por uma juíza de instrução, uma magistrada do Ministério Público e cerca de 200 inspetores e peritos da Polícia Judiciária". Ouvido pela Antena 1, o presidente da Associação de Chefias da Guarda Prisional, Hermínio Barradas, confirmou a realização de "buscas na sequência de processos, no âmbito de investigação criminal dentro de estabelecimentos prisionais, com intervenientes no corpo da Guarda Prisional". De acordo com o responsável, o que está em causa "será a introdução de telemóveis nos estabelecimentos e de estupefacientes", o que já "configura crime, já será tráfico e, nestes caso, agravado" porque é dentro de espaços prisionais.
"Vamos aguardar".
A PJ desmantelou também durante a manhã um laboratório clandestino de produção de drogas que funcionava num apartamento em Lisboa, no decurso da Operação "Mercado Negro". Fonte da Judicária adiantou à agência Lusa que o apartamento funcionava exclusivamente como laboratório.