O sorteio informático realizado esta sexta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal determinou que Ivo Rosa é o juiz que vai dirigir a fase de instrução do processo Operação Marquês, que tem como principal arguido o antigo primeiro-ministro José Sócrates.
A abertura da instrução, fase processual com caráter facultativo, foi pedida pela maioria dos advogados do processo.
O processo tem 28 arguidos, entre elas 19 pessoas e nove empresas. Em causa estão quase duas centenas de crimes de natureza económica-financeira.
Em declarações aos jornalistas, João Araújo disse sentir "grande conforto, porque foi cumprida a lei" e admitiu que "não gostaria que o juiz escolhido fosse Carlos Alexandre cuja parcialidade me parece evidente", disse o advogado do ex-primeiro ministro.
Por sua vez, Paula Lourenço, advogada de Carlos Santos Silva, empresário e amigo de José Sócrates, declarou aos jornalistas que ficou satisfeita com o nome ditado pelo sorteio.
"Fico satisfeita por não ser o mesmo juiz que fez o acompanhamento de toda a fase de inquérito", afirmou Paula Lourenço.
A advogada sustentou a existência de algumas irregularidades praticadas pelo juiz Carlos Alexandre na fase de inquérito e que suscitou no Requerimento de Abertura de Instrução.
Rui Patrício, que defende o empresário luso-angolano Helder Bataglia, disse, por sua vez, ter "respeito pelo trabalho dos senhores magistrados em geral e do senhor magistrado em causa em particular, tendo testemunhado ao longo dos anos a sua isenção, saber e empenho".