Um cidadão estrangeiro de 38 anos foi deito por suspeita da prática dos crimes de “burla qualificada, associação criminosa e branqueamento de capitais”, após uma denúncia, “tendo por base o fenómeno conhecido por olá mãe, olá pai”, anunciou esta terça-feira a Polícia Judiciária. A mulher e a filha do suspeito foram constituídas arguidas e encontram-se sob termo de identidade e residência.
A Judiciária apreendeu, nesta operação, 49 modems “que acoplavam 32 cartões cartões SIM por aparelho”. Ou seja, assinala a PJ, “operavam 1.568 cartões em simultâneo”.
“Esta capacidade, num primeiro momento, permitia a criação de milhares de contas, principalmente no WhatsApp, bem como a remessa/receção de mensagens na ordem dos milhares por dia, através da fraude olá pai, olá mãe e outros fenómenos de burlas em ambiente digital”.
Ainda de acordo com a Polícia Judiciária, “registou-se um padrão repetido com a utilização massiva de milhares de cartões, como se depreende da apreensão de 32 mil cartões já utilizados nas práticas criminosas”.
“Foi, também, identificada a interação com terceiros, em rede, sendo recolhida prova de suspeitos residentes num país do Centro da Europa”.
“As diligências de investigação identificaram o local onde estava montada a estrutura informática e de comunicações, no domicílio do detido”, prossegue a PJ, para acrescentar que, “com a presente investigação e operação policial, interrompe-se a consumação, em território nacional e no estrangeiro, de milhares de burlas informáticas”.
"Cometem sempre os mesmos erros"
Em conferência de imprensa relativa a esta operação, Avelino Lima, do Departamento de Investigação Criminal de Leiria, colocou a ênfase na necessidade de dar atenção aos avisos das autoridades para este tipo de burlas: "Os nossos concidadãos continuam a achar que vão ganhar dinheiro por andar a responder a mensagens". "O número de processos que têm entrado não para. As investigações têm seguido os seus rumos. Leiria e a Polícia Judiciária, no seu todo, têm conseguido bons resultados, mas ficamos sempre com a sensação de que podíamos conseguir suster um bocado tudo isto. Mas precisamos de que os nossos concidadãos nos ajudem com os cuidados que têm sido altamente difundidos em termos de comunicação quer da nossa Polícia Judiciária, quer das outras OPC, mas que não têm sido eficazes".
"Ao que parece, as memórias do povo parecem ser muito curtas, porque cometem sempre os mesmos erros", rematou o responsável da Judiciária.
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