Nuno Pardal Ribeiro. Membro do Chega acusado de prostituição de menores deixa Assembleia Municipal de Lisboa
Um dirigente do Chega está acusado pelo Ministério Público de dois crimes agravados de prostituição de menores. Nuno Pardal Ribeiro, até agora deputado à Assembleia Municipal de Lisboa e vice-presidente da distrital, terá mantido encontros sexuais com um rapaz de 15 anos em 2023. À RTP, o arguido negou ter conhecimento de que o jovem era menor e revelou a intenção de renunciar aos lugares que ocupa na Assembleia Municipal e no partido de André Ventura.
Ainda segundo a acusação, noticiada pelo jornal Expresso, ambos seguiram no carro do deputado municipal do Chega em direção a um pinhal, e que Nuno Pardal Ribeiro perguntou ao rapaz que idade tinha, tendo este respondido que tinha 15 anos. Mesmo assim, tiveram relações sexuais e, posteriormente, o conselheiro nacional do partido de André Ventura enviou um código através de MbWay para que o adolescente pudesse levantar 20 euros. À RTP, o deputado municipal do Chega afirmou desconhecer que o jovem era menor de idade à altura dos factos, mas a acusação do Ministério Público acredita que o arguido sabia que o menor tinha 15 anos e que era sexualmente inexperiente.Nuno Pardal Ribeiro não negou o encontro com o adolescente, sublinhando que o conheceu “numa app de encontros para maiores de 18 anos” e que, “até ser confrontado com este processo, desconhecia por completo que era menor de idade”.
O caso terá sido denunciado à Polícia Judiciária pelos pais do menor, que descobriram as mensagens do WhatsApp no telemóvel do filho - algumas das quais são citadas na acusação do procurador Manuel dos Santos, do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Cascais.
O jornal escreve que o deputado do Chega terá perguntado ao jovem se tinha experiência sexual e se já tinha estado com um daddy, numa referência a um homem mais velho. Nuno Pardal Ribeiro, de 51 anos, pediu alegadamente fotos íntimas e tentou encontrar-se novamente com o menor, que acabou por recusar.“O arguido agiu com o propósito concretizado de, para satisfazer os seus instintos libidinosos, praticar com o assistente os atos sexuais descritos” a troco de “dinheiro”, conclui o procurador Manuel dos Santos, do DIAP de Cascais.
"O primeiro encontra-se indiciado pela prática de um crime na forma consumada e o segundo de dois crimes, um na forma consumada e o outro na forma tentada", lê-se na nota do MP.
"No decurso dos encontros – um, no dia 12 de julho, com o primeiro arguido e outro, no dia seguinte, com o segundo arguido – o assistente, tendo previamente informado os arguidos da sua idade, manteve com estes relações sexuais a troco de dinheiro. O segundo arguido ainda voltou a tentar contactar o assistente em setembro desse mesmo ano com o propósito de marcar um novo encontro", confirma o mesmo comunicado.
"Aquilo pelo qual eu sou acusado não corresponde à verdade".
Entre os elementos de prova apresentados pelo Ministério Público, estão declarações do menor, mensagens trocadas entre o deputado do Chega e o adolescente, além de fotografias. Gonçalo Costa Martins - Antena 1
O deputado municipal estava em 10.º lugar nos candidatos pelo círculo de Lisboa nas últimas legislativas, não tendo sido eleito por pouco. Esta situação acontece depois de o presidente do Chega, André Ventura, ter criticado fortemente um deputado do PSD que foi protagonista de um atropelamento e que acusou também uma taxa de alcoolemia superior à permitida por lei.
No mesmo processo é também acusado um instrutor de voo que foi julgado pela morte de uma criança e de um homem durante uma aterragem forçada na Praia de São João da Caparica, em 2017. O aviador terá mantido um encontro com o mesmo rapaz numa casa nos arredores de Lisboa, embora este arguido não tenha qualquer relação com Nuno Pardal Ribeiro. O piloto saberia que o menor tinha 15 anos e teria pago 50 euros pelo encontro sexual.