O gabinete do ministro de Estado e da Administração Interna emitiu uma nota ao princípio da noite indicando que "o Governo aceitou o pedido de exoneração do cargo de presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil que lhe foi hoje apresentado pelo major- general João Gabriel Bargão dos Santos".
O comunicado governamental não refere os motivos que levaram Bargão dos Santos, médico ortopedista militar, a pedir a demissão nove dias depois de ser empossado.
"Para o lugar de presidente do SNBPC foi nomeado o major- general Arnaldo José Ribeiro da Cruz", adianta o gabinete do ministro António Costa.
O major-general João Gabriel Bargão dos Santos foi empossado no dia 07 deste mês, substituindo Manuel João Ribeiro, mas antes o MAI pediu pareceres sobre a sua nomeação a várias entidades, que se manifestaram divergentes sobre o assunto.
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) manifestaram-se contra a nomeação de Bargão dos Santos, enquanto a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) deram parecer favorável.
Bargão dos Santos é o terceiro militar a pedir a demissão de presidente na história curta do SNBPC, criado em 2003 em resultado da fusão do Serviço Nacional de Bombeiros e do Serviço Nacional de Protecção Civil.
O comandante Leal Martins (Marinha) e o general Paiva Monteiro (Exército) também não cumpriram até ao fim os mandatos que assumiram como presidentes do SNBPC.
O Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil é uma pessoa colectiva de direito público, dotada de autonomia administrativa e património próprio, estando sujeito à tutela do ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa.
O SNBPC tem como objectivo a protecção e socorro de pessoas e bens, competindo-lhe, genericamente, orientar e coordenar todas as actividades de protecção civil e socorro.