Novo dia de greve dos controladores aéreos condiciona mais de 300 voos
Um total de 311 voos afetados é a estimativa da ANA para o impacto que a greve dos controladores de tráfego aéreo deve produzir esta sexta-feira nos aeroportos do país. Os trabalhadores da NAV – Navegação Aérea de Portugal cumprem o terceiro de cinco dias de paralisação agendados para o mês de maio. Denunciam a “continuada ausência” de respostas da tutela para o que consideram ser uma “instabilidade social sem paralelo” na empresa, em resultado de medidas de aperto orçamental. À ação de protesto destes profissionais junta-se uma paralisação de 24 horas dos profissionais de diferentes empresas do sector, com a exceção da Groundforce e dos pilotos.
A greve afetou ontem 82 voos em Lisboa, 37 no Porto, 33 em Faro, 35 nos Açores e 14 na Madeira. A TAP cancelou 43 voos e procedeu a alterações de datas e horários de 32. A transportadora prevê cancelar hoje meia centena de ligações.
A Comissão de Trabalhadores da NAV – Navegação Aérea de Portugal situava ontem “na ordem dos 100 por cento” a adesão dos controladores aéreos. Carlos Felizardo, responsável pela estrutura representativa dos profissionais, garantiu à RTP que o protesto é para manter: “A convicção continua idêntica e as respostas, como continuam idênticas, porque não temos resposta nenhuma nem qualquer contacto, em termos de tentativa de soluções, a situação irá continuar nos mesmos termos”.
“Instabilidade social sem paralelo”
Segundo as estimativas da ANA, recolhidas pela agência Lusa, a greve dos trabalhadores da empresa responsável pela gestão do espaço aéreo português deve atingir, ao longo do dia, 152 voos – 79 chegadas e 73 partidas - no Aeroporto de Lisboa. No Porto estão em causa 63 ligações, em Faro 42, nos Açores 37 e na Madeira 17.
Os sindicatos que representam os profissionais da NAV denunciam a “continuada ausência” de respostas, por parte do Governo, para o que dizem ser um quadro de “instabilidade social sem paralelo” no seio da empresa. As organizações sindicais sublinham que os responsáveis governativos começaram a ser alertados há mais de um ano para “o prejuízo” das medidas de contenção orçamental em curso – para os trabalhadores, para a empresa e para o país.
É também esta sexta-feira que decorre uma greve de 24 horas agendada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA). A paralisação abarca a NAV, a ANA, a ANAM – Aeroporto da Madeira, a Portway, o grupo TAP, incluindo a empresa de engenharia informática Megassis, lojas francas, a UCS – Cuidados Integrados de Saúde, PGA, SATA Açores, SATA Internacional e SATA Gestão de Aeródromos.
O SITAVA partiu para a greve com o objetivo de denunciar “o não cumprimento dos acordos de empresa e o esbulho dos rendimentos, designadamente os subsídios de férias e de Natal, o trabalho suplementar e as anuidades/diuturnidades”. Reprova ainda os processos de privatização da TAP e da ANA, que, avisa a estrutura sindical, pode acarretar “a perda direta de receitas para os cofres do Estado e o risco de extinção de centenas ou mesmo milhares de postos de trabalho”.