Novo coronavírus. Que cuidados a ter?

por RTP

Reunimos aqui um conjunto de informações sobre as formas de transmissão, os sintomas e as medidas de proteção e prevenção a adotar perante a progressão do novo coronavírus.

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Está nesta altura comprovado que o novo coronavírus é transmitido de pessoa para pessoa.

Ainda não há informação suficiente sobre a forma exata de transmissão entre humanos, mas o vírus parece ser transmitido por via respiratória, através de pequenas gotículas do nariz ou da boca expelidas por tosse, espirros ou secreções de pessoas infetadas. Por isso, a OMS considera importante manter uma distância superior a um metro (ou seja, três pés) de uma pessoa doente.

espirro

Essas gotículas podem também permanecer em objetos e em superfícies. Se as pessoas tocarem ou tiverem contacto com esses objetos ou superfícies contaminadas e depois tocarem nos olhos, no nariz ou na boca, podem ficar infetadas.

Há indicação de que pode haver transmissão do vírus mesmo antes de os sintomas se manifestarem.

Os estudos realizados sugerem que o vírus que causa a doença denominada Covid-19 é transmitido principalmente pelo contato com gotículas respiratórias e não pelo ar.

goticulas

O risco de transmissão através das fezes também é uma possibilidade, embora seja mínimo. As investigações iniciais sugeriam que o vírus podia estar presente nas fezes em alguns casos, mas não é a forma de transmissão principal.

O vírus sobrevive ao encontrar um “hospedeiro” e usa as suas células vivas para se replicar. Quando um vírus invade um hospedeiro, entra nas células e “sequestra” os sistemas naturais de produção de células para fazer novas cópias de si próprio – ou seja, replica-se.

Este processo de replicação pode resultar em pequenos erros ou alterações na produção dos novos vírus, levando a uma mutação.

Processo de replicação na célula hospedeira

 

celula hospedeira

As pessoas infetadas com coronavírus podem apresentar, principalmente, sinais e sintomas de infeção respiratória aguda como febre, tosse, tosse seca, cansaço, dores musculares e dificuldade respiratória. Nos casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, septicemia e eventual morte - até agora, só dois por cento dos doentes morreram com Covid-19.

sintomas

Alguns doentes podem ter também congestão e corrimento nasal, dor de garganta ou diarreia. Contudo, todos estes sintomas são normalmente leves e aparecem gradualmente.

Algumas pessoas, no entanto, estão infetadas mas não apresentam sintomas nem se sentem mal. E a maioria das pessoas (cerca de 80 por cento) recupera da doença sem necessitar de um tratamento especial.

Todas as pessoas, de todas as idades, podem ser infetadas pelo novo coronavírus.

taxa de mortalidade por idade

Contudo, as pessoas com mais idade, com condições subjacentes ou doenças crónicas – como, por exemplo, asma e doenças respiratórias, diabetes, hipertensão, distúrbios cardíacos ou distúrbios hepáticos – parecem ser mais vulneráveis e correm um risco maior de desenvolver sintomas mais graves

Uma vez que a transmissão ocorre através de gotículas e das vias respiratórias, a prevenção passa essencialmente por medidas de higiene e etiqueta respiratória. O vírus entra no corpo através dos olhos, nariz e boca, portanto, evite tocá-los com as mãos não lavadas.

Nas áreas afetadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda medidas para reduzir a exposição e transmissão da doença:

medidas de reduçao da tramissao de doenca

Uma forma de prevenir e evitar a transmissão do vírus: em caso de dúvida, fique em casa, se não se sentir bem ou apresentar algum sintoma, e contacte o SNS24. E, caso desenvolva febre, tosse ou dificuldade respiratória, procure orientação médica imediatamente.

Todas as pessoas com exposição associada a cuidados de saúde estão sujeitas a eventual contacto próximo com doentes infetados, incluindo:

- Na prestação de cuidados diretos a doente com Covid-19;

- Contacto em ambiente laboratorial com amostras de Covid-19;

- Visitas a doente ou permanência no mesmo ambiente de doente com Covid-19;

- Contacto em proximidade ou em ambiente fechado com um doente com infeção por Covid-19 (por exemplo numa sala de aula).

Pessoas que viajaram recentemente com pessoas ou próximo de pessoas infetadas:
aviao

De avião

- Se esteve dois lugares à esquerda do doente, dois lugares à direita do doente, dois lugares nas duas filas consecutivas à frente do doente e dois lugares nas duas filas consecutivas atrás do doente;

- Companheiros de viagem do doente;

- Pessoas que tenham prestado cuidados diretos a um doente;

- Tripulantes de bordo que serviram a secção do doente;

- Se o doente com sintomatologia grave ou com grande movimentação dentro do avião, considerar todas as pessoas como contacto próximo.

barco

De barco ou cruzeiro

- Companheiros de viagem;

- Se partilhar a mesma cabine;

- Pessoas que tenham prestado cuidados diretos a um doente;

- Tripulantes de bordo que serviram a cabine do doente.

As Autoridades de Saúde podem considerar como contacto próximo outros indivíduos não definidos nos pontos anteriores, consoante o caso.

Se esteve próximo ou contactou de perto com alguém a quem foi diagnosticada infeção Covid-19, alerte as autoridades de saúde pública da sua região para poder receber orientações sobre o que deve fazer. Se desenvolver algum sintoma, é importante contactar o SNS24 ou o seu médico, mencionando sempre que esteve em contato com alguém infetado.

Pessoas sem sintomas respiratórios, como tosse por exemplo, não precisam de usar máscara médica. As máscaras de proteção ajudam a prevenir a disseminação de infeções e ajudam a proteger quem está doente, mas o seu uso não parece ser eficiente para quem não está doente.

Face à situação atual em Portugal, não está ainda indicado o uso de máscara para proteção individual, exceto nas seguintes situações:

- Pessoas com sintomas de infeção respiratória (tosse ou espirros);

- Suspeitos de infeção pelo novo coronavírus;

- Pessoas que prestem cuidados a suspeitos de infeção;

- Profissionais de saúde e pessoas que cuidam de alguém (em casa ou em um estabelecimentos de saúde), mesmo que não sejam suspeitos de infeção deste vírus.

mascaras

A máscara deve ser usada apenas por profissionais de saúde, pessoas em contacto com doentes, pessoas infetadas e pessoas com sintomas de infeção. No entanto, há cuidados necessários para uma utilização correta e eficaz da máscara:

- Antes de tocar na máscara limpe as mãos com um sabonete à base de álcool ou água e sabão;

- Verifique se há rasgos ou buracos;

- Cubra o rosto, do nariz ao queixo, com a máscara;

- Após a utilização, retire-a e mantenha-a afastada do rosto e das roupas, para evitar tocar nas superfícies potencialmente contaminadas da máscara;

- Deite imediatamente no lixo a máscara usada;

- Higienize corretamente as mãos depois de retirar e descartar a máscara.

A transmissão do novo coronavírus acontece, essencialmente, através de gotículas respiratórias. Um dos riscos é a contaminação de superfícies e objetos e o contacto direto, com as mãos, com estes.

Não é certo quanto tempo o vírus pode sobreviver nas superfícies e objetos, mas segundo os investigadores comporta-se como outros coronavírus e, por isso, pode persistir nas superfícies por algumas horas ou até vários dias. No entanto, esta sobrevivência pode variar consoante diversas condições (por exemplo, tipo de superfície, temperatura ou humidade do ambiente).

superficies

De forma a prevenir a infeção e a sua propagação, limpe as superfícies, sempre que possível, com um desinfetante simples, higienize as mãos e evite tocar nos olhos, na boca ou no nariz.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a probabilidade de uma pessoa infetada contaminar mercadorias comerciais é baixa. Além disso, o risco de apanhar o vírus através de um objeto que foi transportado e exposto a diferentes condições e temperatura, também é baixo. O ideal é prevenir com as medidas gerais de higiene.

 

Por motivos de precaução, apenas alguns produtos e alimentos (principalmente de origem animal) são autorizados para importação da China, desde que cumpram rigorosos requisitos sanitários e tenham sido submetidos a controlos. Mesmo viajantes não podem transportar carne, produtos à base de carne, leite ou laticínios na bagagem.

superficies

Segundo a OMS, não há provas de que animais de companhia ou animais de estimação, como gatos e cães, tenham sido infetados, até ao momento, ou que possam transportar e espalhar o novo coronavírus.

No entanto, os estudos realizados até agora sugerem que o novo coronavírus tenha tido origem animal. As informações atuais sugerem que certos tipos de morcegos tenham sido uma das possíveis fontes do vírus. Mas não há evidências de que animais de companhia representem um risco de infeção para seres humanos.

Para se proteger, evite visitar mercados de animais vivos, o contato direto com animais e superfícies em contacto com animais. Além disso, deve garantir sempre boas práticas de segurança alimentar: manuseie carne crua, leite ou órgãos de animais com cuidado para evitar a contaminação de alimentos não cozinhados e o consumo de produtos animais crus ou mal cozinhados.

Se visitar a China, a Itália, ou outro país onde a transmissão do Covid-19 já foi confirmada, deve:

- Evitar o contato com pessoas doentes, em particular com tosse, ou a espirrar;

- Evitar visitar mercados e lugares onde animais vivos ou mortos são manuseados;

- Seguir as regras gerais relativas à higiene das mãos e higiene alimentar.

Seja qual for o destino deve aplicar regras gerais de higiene das mãos e higiene alimentar, para se proteger a si e aos outros.

Se viajou recentemente para um destino onde já há casos confirmados ou esteve em contacto com casos suspeitos, e nos 14 dias seguintes começou a ter sintomas, como febre, tosse ou falta de ar:

- Contacte o SNS24 e não se dirija a urgências hospitalares;

- Evite o contato com outras pessoas;

- Não viaje enquanto estiver doente;

- Cubra a boca e o nariz com um lenço de papel ou a manga (e não as mãos) ao tossir ou espirrar;

- Use máscara e descarte-a com segurança após o uso;

- Siga as regras apropriadas da higienização das mãos para evitar a propagação do vírus a outras pessoas.

Caso seja confirmado ou identificado um caso suspeito de infeção de um passageiro de um avião, as pessoas que eventualmente estão em risco serão contactadas pelas autoridades de saúde pública. Se tiver dúvidas sobre um voo que fez, entre em contacto com a autoridade de saúde local para obter orientação.

Embora o risco de ser infetado num avião não seja excluído, atualmente é considerado mínimo para um viajante individual. E o risco de ser infetado num aeroporto é semelhante ao de qualquer outro lugar onde muitas pessoas se reúnem.

Se apresentar sintomas de infeção respiratória aguda (início repentino de tosse e/ou dor de garganta e/ou falta de ar), ou se pelo menos 14 dias antes de ter sintomas esteve em contacto próximo com um caso confirmado ou suspeito de infeção por COVID-19, ou se viajou para uma área em que esteja confirmada a transmissão comunitária contínua do vírus, deve contactar o SNS24 ou as autoridades de saúde da sua região.

superficies

A Direção-Geral da Saúde apela a quem regressou recentemente da China e que apresente sintomas sugestivos de doença respiratória, durante ou após a viagem, para que não se dirija às urgências hospitalares e contacte o SNS24, informando sobre a sua condição e história de viagem, seguindo as orientações que vierem a ser indicadas.

Também deve contactar as autoridades quem tenha trabalhado ou frequentado instituições de saúde onde tenham permanecido doentes infetados.


Para mais informações:

Direção-Geral de Saúde

SNS24

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