Nova ronda na quarta-feira. Reunião entre Governo e médicos termina sem acordo
Terminou sem acordo a nova ronda negocial entre os sindicatos dos médicos e o Governo. A reunião deste sábado durou cerca de três horas. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusa o executivo de falta de vontade e diz que não vai assinar um mau acordo.
“Os documentos que nos apresentaram são piores do que aquilo que imaginávamos. Mantém-se na dedicação plena a questão de os médicos serem obrigados a fazer um limite de trabalho extraordinário de horas para 250, aumentar a sua jornada diária de trabalho para nove horas, o fim do descanso compensatório”, enumerou a responsável.
Nas Unidades de Saúde Familiar (USF), “os médicos ficam praticamente obrigados a ter mais utentes do que aqueles que estariam previstos”, referiu.
À saída da reunião, o ministro da Saúde afirmou, por sua vez, que “a proposta do Governo para o conjunto dos médicos é que o valor/hora já a partir de janeiro aumento 22,7 por cento”.
“Aumenta porque, reduzindo o horário de trabalho, aumenta o valor/hora, e aumenta porque nós propusemos hoje uma atualização salarial de 8,5 pontos percentuais”, explicou, acrescentando que “22,7 já não está assim tão longe dos 30 porcento” exigidos pelos médicos.
“É preciso olhar para os outros mecanismos que o Governo anunciou. Por exemplo, os médicos hospitalares que fazem urgência ou que não fazem urgência que optem pelo regime de dedicação plena (…) têm um aumento salarial logo à partida superior a 35 por cento”, declarou Manuel Pizarro.
Questionado sobre se acredita que quarta-feira é possível chegar a um consenso, respondeu que Governo e médicos se têm “vindo a aproximar” e que o tema sobre o qual as duas partes mais divergem é “como é que se medem as horas de trabalho para o horário de 35 horas”.