A nova catedral de Lisboa, situar-se-á frente ao rio Tejo, a Sul do Parque das Nações, ficou hoje definido num protocolo assinado entre a Câmara, o Patriarcado e a empresa detentora da parcela de terreno.
A assinatura do protocolo, hoje à tarde nos Paço de Concelho, constituiu o último acto de Pedro Santana Lopes enquanto presidente do município, como o próprio afirmou.
"Trata-se do último acto na assumpção das minhas responsabilidades como autarca, fecho assim com chave de ouro e dou graças a Deus", disse Pedro Santana Lopes.
No seu discurso o autarca referenciou as várias actividades da Câmara na área religiosa, quer em colaboração tanto com a Igreja Católica como com outras confissões.
Santana Lopes não deixou de salientar "o papel das igrejas na humanização do espaço urbano".
O Patriarca de Lisboa, José da Cruz Policarpo, salientou que o novo templo era necessário numa área em crescimento populacional.
Para o Patriarca a localização é ideal, na medida em que está virada ao rio, "que é a alma de Lisboa", encontra-se numa zona em expansão urbanística.
Nesse sentido "tal como as antigas catedrais, esta será uma peça arquitectónica importante a partir da qual surgirão outros loteamentos", por outro lado "será visível a quem entrar na cidade" pelo Oriente, adiantou o prelado.
Santana Lopes afirmou que se chegou "a bom porto", enquanto José Policarpo afirmou no concretizar "de um sonho que vem dos nossos antecessores".
A Catedral que se erguerá ao Sul do Parque das Nações e da Avenida Marechal Gomes da Costa, começou por ser a basílica de Santo António projectada para o alto do Parque Eduardo VII, por Kruz Abecassis e o Patriarca António Ribeiro.
Este equipamento religioso foi depois pensado para o Alto do Lumiar, para servir cerca de 30.000 famílias.
Nessa área foi projectado outro templo e a nova Catedral irá também servir uma área em expansão demográfica estando virada para o Tejo o que era "uma factor poético" para o Patriarca "importante", além de estar numa área em plena expansão demográfica e não ser implantada numa zona urbanisticamente já existente.
A nova Catedral "não retirará o estatuto à actual Sé" à qual "ganhou especial afeição" desde que se tornou patriarca de Lisboa, sublinhou D.José Policarpo.
Em declarações à agência Lusa, José da Cruz Policarpo disse que "o direito canónico permite a existência de uma co-catedral, não retirando a dignidade eclesiástica à actual".
Todos os serviços da diocese de Lisboa, nomeadamente do Cabido da Sé, passarão a funcionar no novo templo, bem como as principais e mais importantes cerimónias religiosas, sendo que a actual Sé continua a ser também Sé Catedral, explicou o Cardeal-Patriarca de Lisboa.
José da Cruz Policarpo disse ainda que não gostar dos termos "Sé velha" ou "Sé nova" pois "para velhos e novos estamos cá nós".
O próximo passo será a empresa Gesfimo, do grupo Espírito Santo, adquirir "a propriedade sobre o terreno onde se insere a parcela em causa", lê-se no protocolo.
A parcela em causa só será constituída com a entrada em vigor do PUZRO (Plano de Urbanização da Zona Ribeirinha Oriental).
O passo seguinte será a abertura de um concurso público internacional para a sua construção, adiantou o Patriarca de Lisboa.
No final da sessão de hoje o vice-presidente Carmona Rodrigues explicou as obras de envolvimento que estão a ser realizadas na área, e sugeriu até ao Patriarca a reconversão de uma linha férrea abandonada que parte de Santa Apolónia em linha de eléctrico que servirá os crentes e turistas, já que se situa à beira Tejo.