O chefe do Estado-Maior da Armada esteve esta quinta-feira a bordo do navio Mondego, na Madeira, que falhou uma missão de acompanhamento de um navio russo. O almirante Gouveia e Melo lamentou o que descreveu como um "inadmissível" ato de disciplina e garantiu que este não será esquecido.
“A disciplina nas Forças Armadas é a essência das Forças Armadas", frisou. "A hierarquia existe porque há necessidade de disciplina, não é o contrário”.A embarcação russa que passou ao largo da Madeira seria, afinal, de espionagem. Esteve a fazer o levantamento dos cabos submarinos na região. A revelação foi feita pelo chefe do Estado-Maior da Armada no Funchal.
Criou-se as hierarquias, explicou Gouveia e Melo, "porque há necessidade de as forças militares, que trabalham sob stress, em risco de vida e em sistemas complexos, serem altamente disciplinadas".
Quando é quebrada a disciplina, "estamos a quebrar basicamente a essência das Forças Armadas".
"E nós não podemos permitir isso. E muito menos eu, enquanto comandante da Marinha, vou permitir que isto se alastre ou que possa passar despercebido”.
“Por isso eu não posso esquecer”, ressaltou. Questionado se este ato podia ser o fim da carreira destes militares, Gouveia e Melo recusou-se a “fazer julgamentos precipitados” e afirmou que está na Madeira para mostrar “que não é admissível atos de indisciplina”.
“O ato de indisciplina responde perante duas coisas: uma é regulamento de disciplina militar (…); e outra é perante as leis do país. Há leis que não permitem a indisciplina militar e não sou eu que as vou julgar”.
“Face ao ruído externo, fiz questão e mandar uma inspeção independente”, acrescentou Gouveia e Melo. Tratou-se, explicou, de avaliar se tinha havido algum erro na cadeia de comando.
E adiantou: “O navio não está nas melhores condições, mas os navios militares, face às suas redundâncias, operam mesmo com limitações”.
O chefe do Estado-Maior da Armada afirmou também que o caso dos 13 militares que se recusaram a embarcar no navio Mondego, incumprindo uma missão, vai ser notado pelos aliados portugueses.
“Não manchará, certamente, a nossa reputação, mas será notado pelos nossos aliados, isso tenho a certeza absoluta”, disse Gouveia e Melo à saída do NRP Mondego, no Porto do Funchal, depois de se ter dirigido à guarnição do navio, onde estavam os 13 elementos que se recusaram a embarcar no sábado.
“Não manchará, certamente, a nossa reputação, mas será notado pelos nossos aliados, isso tenho a certeza absoluta”, disse Gouveia e Melo à saída do NRP Mondego, no Porto do Funchal, depois de se ter dirigido à guarnição do navio, onde estavam os 13 elementos que se recusaram a embarcar no sábado.
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