O multimilionário norte-americano participou na conversa de quarta-feira entre o presidente ucraniano e o presidente eleito dos Estados Unidos. A informação foi confirmada por um elemento da presidência ucraniana à agência France Presse.
O Starlink é um sistema de ligação à internet por satélite fornecido por Elon Musk a Kiev no contexto da guerra na Ucrânia. A mesma fonte da AFP indica que Trump e Zelensky “não discutiram realmente nada de substancial, foi uma conversa para se cumprimentarem”.
A mesma informação foi avançada inicialmente esta sexta-feira pelo site norte-americano Axios e entretanto confirmada por outros meios de comunicação social.
De acordo com o jornal norte-americano New York Times, Donald Trump e Elon Musk estavam juntos na residência e clube privado do presidente eleito em Mar-a-Lago, na Florida, durante a conversa com Zelensky.
O site Politico salienta que a participação de Elon Musk nesta chamada pode sinalizar um potêncial papel do magnata do setor tecnológico na Administração Trump, nomeadamente ao nível de política externa.
Elon Musk foi um dos apoios mais sonantes a Donald
Trump durante a campanha presidencial, tendo gasto mais de 110 milhões
de dólares para ajudar o candidato republicano.
Em relação à guerra na
Ucrânia, o multimilionário já verbalizou em várias ocasiões a sua
oposição ao apoio militar cedido à Ucrânia, apesar de ter fornecido a Kiev o
sistema Starlink desde o início do conflito. Este sistema tem sido vital
não só para assegurar a comunicação do exército e da população civil
após os ataques russos contra infra-estruturas energéticas do país.
O presidente eleito dos Estados Unidos prometeu, durante a campanha, que iria resolver o conflito na Ucrânia "em 24 horas". Não esclareceu, no entanto, como pretendia acabar com a guerra.
Em setembro, por ocasião da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, o presidente ucraniano e o então candidato republicano estiveram reunidos na Trump Tower. Na antecâmara desse encontro, Donald Trump voltou a garantir que asseguraria uma resolução rápida do conflito e fez questão de assinalar que mantém boas relações com Zelensky, mas também com Putin.
Os Estados Unidos têm sido um dos parceiros centrais de Kiev no combate de quase três anos contra a Rússia, desde o início da invasão. Esse apoio pode ter agora os dias contados com a entrada em cena de uma nova Administração Trump, a 20 de janeiro.
Nos últimos meses, o presidente eleito dos Estados Unidos tem sido uma das vozes mais críticas deste apoio, tendo mostrado relutância em relação às quantias alocadas pela Administração Biden para a ajuda à Ucrânia.