Município da Azambuja opta por traçado para TGV com impactos ambientais cumulativos às estradas nacionais
A Câmara Municipal de Azambuja prefere a proposta de traçado para a linha de alta velocidade (TGV) que coincide com os principais eixos rodoviários do concelho, provocando um impacto "cumulativo" a estas vias, segundo o presidente do município.
Joaquim Ramos (PS) disse hoje à Agência Lusa que a CMA "prefere" este traçado, acrescentando que é esta a posição da autarquia no Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do Lote C1 da proposta de traçado da Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE) para o troço entre Alenquer (Ota) e Pombal, em consulta pública até terça-feira.
"É um traçado que, em termos de impacto, será cumulativo às estradas nacionais [EN 366 e IC2], passando por duas povoações - Alcoentre e Quebradas - embora o traçado seja relativamente afastado", afirmou.
Para o autarca, esta proposta de traçado não terá "impacto em imóveis", mas poderá ter "a nível sonoro", porque "passa a pelo menos 500 metros das povoações".
Em alternativa, no concelho, estava uma proposta de traçado que Joaquim Ramos considera ser "pior em termos ambientais".
Esta hipótese "afastava-se mais dos núcleos urbanos, para apanhar parte da Quinta da Torre Bela e colidia com interesses de investimentos turísticos entre a quinta e Manique do Intendente".
"São mais ou menos quatro mil hectares de paisagem homogénea, em que se inclui o projecto de prolongamento de um campo de golfe, e prejudicaria esta potencialidade", referiu.
A escolha de um traçado para o TGV "nunca é pacífica", de acordo com Joaquim Ramos, justificando: "não dará nenhum benefício ao concelho, apenas malefícios".
Alcoentre, Aveiras de Cima, Azambuja, Manique do Intendente e Vila Nova da Rainha são as freguesias da Azambuja por onde pode passar o TGV.
O presidente da Câmara da A disse à agência Lusa que esta é "uma posição da Câmara" de que "dará conhecimento ao executivo".
A autarquia reúne-se terça-feira em Alcoentre, mas esta matéria não consta da ordem de trabalhos da reunião do executivo.
Ao contrário do que sucedeu em Alcobaça, a Assembleia Municipal da Azambuja não emitirá um parecer sobre a proposta do traçado do TGV.
As assembleias municipais de Pombal e Alcobaça e a Câmara Municipal de Alenquer já contestaram o estudo de impacte ambiental do troço entre Alenquer e Pombal da linha ferroviária de alta velocidade.