Em Portugal, as mulheres ocupam 70% do mercado de trabalho, mas ganham menos 11% do que os homens. Dados da base de dados Pordata, divulgados no Dia Internacional da Mulher.
Outro indicador curioso referido pela Pordate é a percentagem de mulheres empregadas a tempo parcial. Na Europa, não é incomum percentagens na ordem dos 30 ou até 40%. Em Portugal o rácio não ultrapassa os 16%. Falta de part-times? Salários tão baixos que é impossível sobreviver com trabalho parcial? Ou outra explicação qualquer? Questões a merecerem uma resposta.
No Dia Internacional da Mulher a plataforma portuguesa para os direitos das mulheres aproveita a data para chamar a atenção, para os relatos sobre o desaparecimento de mulheres e crianças, nas zonas de fronteira da Ucrânia que acabam nas mãos de grupos organizados de tráfico, para serem exploradas sexualmente.
Para assinalar a data, comemorada desde 1975, o Governo, através da ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e da secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, participa num debate que promoveu sobre o trabalho das mulheres cientistas e investigadoras e a sua participação no mercado de trabalho.
Por todo o país pontificam neste dia debates e palestras sobre desigualdade ou sobre violência doméstica, sobre mulheres no meio rural, no ensino, nas profissões tradicionalmente associadas a homens (como forças armadas ou engenharia), nas artes, desporto, saúde ou finanças.
Este ano sob o lema “Igualdade de género hoje para um amanhã sustentável”, a data serve também para manifestações culturais e será também assinalada com concentrações e marchas em várias cidades do país, como Braga, Coimbra, Faro ou Funchal, Lisboa ou Porto.
Carolina Beatriz Ângelo, a primeira cirurgiã portuguesa e a primeira mulher que teve direito a voto em Portugal, será homenageada na Guarda, de onde era natural.