Em resposta à RTP, o movimento "Resistência Nacional" desmente ter enviado e-mails de ameaça, garantindo o "respeito pela legalidade" e repudiando "qualquer tipo de intimidação física ou psicológica". Na última terça-feira, três deputadas e vários elementos de associações anti-racismo receberam mensagens de ameaça assinadas pelo movimento "Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional", em que se dava um prazo de 48 horas para que abandonassem o país. A Polícia Judiciária vai ouvir as três deputadas ameaçadas, tal como já fez com o líder da organização SOS Racismo.
“Repudiamos qualquer tipo de intimidação física ou psicológica a quem quer que seja”, assegura o movimento numa resposta enviada por e-mail.
Na terça-feira, três deputadas e dirigentes de associações anti-racismo receberam um e-mail em que era concedido um prazo de 48 horas para abandonarem o país.
"Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e antirracistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português", lê-se na mensagem enviada às deputadas Beatriz Gomes Dias, Mariana Mortágua, Joacine Katar Moreira, entre outros visados, como Mamadou Ba, dirigente do movimento SOS Racismo.
“Sendo o prazo ultrapassado, medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português”, refere a mensagem assinada por uma organização que se auto-intitula “Nova Ordem de Avis – Resistência Nacional”.
O movimento acrescenta ainda que “o mês de agosto será de luta” contra “os traidores da nação e os seus apoiantes” e do “reerguer nacionalista”.
Na sequência destas ameaças, a Polícia Judiciária vai ouvir as três deputadas ameaçadas e já ouviu Mamadou Ba, dirigente da organização SOS Racismo.
De igual forma, todas as contas em redes sociais e páginas do movimento
"Resistência Nacional" na internet estão a sob o escrutínio dos
inspetores.
Em resposta por e-mail à televisão pública – na qual o movimento “Resistência Nacional” considera “prematuro” conceder uma entrevista, argumentando que está, para já, “concentrado na solidificação dos seus órgãos” e “angariação de ativistas” - a organização diz que não está ligada à “Nova Ordem de Avis – Resistência Nacional”.
O movimento apresenta-se ainda como bandeira a “defesa do património cultural português e identidade das suas gentes”.
“Entendemos Portugal no contexto das nações europeias, na riqueza da diversidade do povo europeu e matriz cultural europeia”, acrescentam ainda.