Morreu Baptista-Bastos

por RTP
Baptista-Bastos assinou mais de duas dezenas de livros DR

Morreu o escritor e jornalista Armando Baptista-Bastos. Tinha 83 anos. Estava internado há várias semanas no Hospital de Santa Maria.

Armando Baptista-Bastos nasceu em Lisboa a 27 de fevereiro de 1934. Reconhecido jornalista, iniciou a carreira n´O Século. Passou depois por várias publicações, desde o O Diário, República, e foi correspondente da France-Presse em Lisboa. Trabalhou também na Rádio e Televisão Portuguesa, no Rádio Clube Português, na Rádio Comercial e na RDP-Antena 1.
Jornalista desde os 19 anos, quando começou n'O Século, Baptista-Bastos estreou-se editorialmente com o ensaio "O Cinema na Polémica do Tempo" (1959), a que se seguiu outro ensaio, "O Filme e o Realismo (1962). Data de 1963 a sua estreia na ficção com "O Secreto Adeus".

Baptista-Bastos é autor de mais de duas dezenas de livros, entre os mais recentes cite-se "A Bolsa da Avó Palhaça", o livro de crónicas "A Cara da Gente" e "As Bicicletas em Setembro".

Publicou também mais de uma dezena de títulos de ficção, entre os quais "Cão Velho entre Flores" (1974), "A Colina de Cristal" (1987), "O Cavalo a Tinta-da-China" (1995) e "No Interior da Tua Ausência" (2002).

Ao longo da carreira, o autor conquistou vários prémios, designadamente, o Prémio Literário Município de Lisboa, em 1987, pelo romance "A Colina de Cristal", que lhe valeu também o Prémio P.E.N. Clube Português de Ficção, no ano seguinte.

Em 2002, recebeu o Prémio da Crítica do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, pela obra "No Interior da Tua Ausência". Em 2003, venceu o Grande Prémio de Crónica da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro "Lisboa Contada pelos Dedos".

Em 2006, recebeu os prémios de Crónica da Sociedade da Língua Portuguesa, João Carreira Bom, e do Clube Literário do Porto.

Em declarações à RTP 3, Alice Vieira sublinhou o trabalho de Baptista-Bastos enquanto jornalista. "Ele era um extraordinário entrevistador, também dominava muito bem a língua, ia sempre buscar o pormenor, fazia sempre a pergunta necessária", recorda a escritora Alice Vieira.
Também em reação à notícia da morte de Baptista-Bastos, Mário Zambujal recordou "um enorme jornalista". Um "homem de combate, causas e luta", disse na RTP 3.

"Foi uma pessoa sempre sempre enérgica", afirmou, lamentando os momentos mais difíceis vividos ao longo dos últimos meses.

c/ Lusa
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