Monchique. Proteção Civil admite "outras causas que não negligência"

por RTP
“Foi um incêndio que, de um momento para o outro, estava numa frente alargada, nos primeiros minutos”, assinalou na RTP3 o coronel Duarte Costa, comandante operacional da Proteção Civil Pedro Nunes - Reuters

O comandante operacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil admite que, na origem do incêndio que deflagrou no início do mês em Monchique, haja “outras causas que não a negligência humana”. Algo que está “sob investigação”. Em declarações à RTP3, na última noite, o coronel Duarte Costa sustentou ainda que falta ao país “ordenamento da floresta”.

O incêndio deflagrou a 3 de agosto na Serra de Monchique e só foi dado como dominado no dia 10. As chamas propagaram-se aos concelhos de Silves e Portimão, no Algarve, e a Odemira, no distrito de Beja. Arderam 27 mil hectares.O PSD submeteu um requerimento ao Parlamento para que a Administração Interna disponibilize a "fita do tempo" do incêndio de Monchique e documentação sobre a intervenção dos meios mobilizados.


Entrevistado no 360, da RTP3, o comandante operacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil assinalou a velocidade de propagação do fogo, para admitir que as causas possam ir além da negligência.

“O incêndio de Monchique foi um incêndio que de um momento para o outro estava numa frente alargada, nos primeiros minutos, o que nos leva a supor que poderá ter tido até outras causas que não apenas a questão da negligência humana”, afirmou o coronel Duarte Costa.

“Está a ser investigado nesta altura, não por mim mas por quem tutela. Não pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, mas por quem tutela as questões da investigação”, frisou o responsável.
Erro 100

error on HTML5 media element

Este conteúdo está neste momento indisponível

100%
Volume
00:00/00:00
Qualidade

Catarina Marques Rodrigues, José Rui Rodrigues - RTP

A operação de combate ao – até agora - maior incêndio de 2018 mobilizou, além de largas centenas de operacionais e viaturas, quase três dezenas de meios aéreos. O comandante operacional da Proteção Civil afiança que “nunca houve tantos meios no terreno” como este ano para responder aos fogos florestais.

“Temos um conjunto de pré-posicionamentos que não é normal ter nesta altura do ano, com o valor que nós temos nesta altura. Nós desde o dia 2 de agosto, quando começou o estado especial de alerta, já tivemos dois mil incêndios. Se nos lembramos de que, desses dois mil incêndios, três por cento, à volta de 60, são grandes incêndios, foram todos, todos vencidos com o pessoal, os operacionais e o material que tinham”, vincou.

Duarte Costa coloca, por outro lado, a ênfase na prevenção, a começar pelo ordenamento do território florestal, mas também com uma nota para os comportamentos dos cidadãos.

“Nós na Autoridade de Proteção Civil ficamos com aquilo que nos resta. E aquilo que nos resta é uma floresta que é a que todos nós conhecemos e que necessita de ordenamento, que necessita de emparcelamento, que necessita de um cadastro que seja efetivamente capaz de poder permitir a gestão da floresta”, enumerou.
PUB