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Ministro da Saúde reivindica evoluções nas negociações com os sindicatos

por RTP

Nuno Veiga - Lusa (arquivo)

Manuel Pizarro considera que existiram muitas evoluções nas negociações com os sindicatos dos médicos. “O facto de não ter sido possível chegar a um acordo não significa que não tenha havido evoluções”, afirmou o ministro da Saúde em Vagos Sul, onde inaugurou uma nova unidade de saúde familiar.

O governante destaca a área dos serviços primários, na qual se concretizou “algo que era uma reclamação muito antiga dos profissionais e que é muito boa para as populações: a generalização das unidades de saúde familiares, modelo B”.

“Unidades de saúde familiares com remuneração associada ao desempenho”, explicou.

Para o ministro da Saúde, as USF modelo B aumentam “a acessibilidade aos cuidados de saúde primários e a remuneração dos profissionais, e a sua satisfação. Está é uma combinação virtuosa”.

“Nos hospitais, o regime de dedicação plena representa um reforço significativo de remuneração dos médicos. Estamos a falar num aumento na ordem dos 33 por cento. Acautelado, naturalmente, a prestação de cuidados que são essenciais das pessoas”, acrescentou.

Segundo Manuel Pizarro, “a implantação em concreto destes regimes, também vai permitir resolver muitas das incompreensões que hoje existem”.

“O estado de espírito do Governo, em relação à negociação, é permanente. Estamos sempre disponíveis para esse diálogo e negociação. Neste caso, o avanço nas decisões, teve a ver com não privar os profissionais e as pessoas das medidas que tínhamos de tomar, enquanto decorrem as negociações”, acrescentou.

Pizarro destaca ainda o esforço “ de organização” que o Governo está a fazer em “cada hospital, de forma a garantir que os cuidados indispensáveis não deixem de ser prestados”.


Em relação ao aumento da despesa pública com medicamentos - que correspondeu a uma subida, no primeiro semestre, de dez para 12 por cento, Manuel Pizarro sublinhou que é necessário dividir “em duas componentes”: os medicamentos vendidos nas farmácias e nos hospitais.

Nos fármacos vendidos nas farmácias a “situação está equilibrada” em relação aos que são usados nos hospitais “foi registado um aumento muito grande na despesa”.


“O que vai exigir um diálogo muito intenso com a indústria farmacêutica. Estamos num equilíbrio muito complicado. Como é que garantimos que todo os portugueses têm direito ao acesso aos medicamentos mais inovadores. Tem de haver um equilíbrio de partilha entre a indústria e o Estado”.

“Estou confiante que vamos conseguir no futuro, o que já conseguimos nos medicamentos vendidos nas farmácias. É uma situação de equilíbrio que seja boa para as pessoas, boa para o SNS e que respeite o esforço de investimento da indústria farmacêutica”, esclareceu.

Os gastos com os medicamentos estão relacionados, segundo Manuel Pizarro, com um aumento no número de consultas: “Fizemos no primeiro semestre de 2023, o maior número de consultas nos hospitais e o maior número de consultas nos cuidados de saúde primários”.
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