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Ministério Público abre mais dois inquéritos a mortes alegadamente relacionadas com falhas do INEM

por RTP
Rachel Mestre Mesquita - RTP

O Ministério Público abriu mais dois inquéritos às mortes alegadamente relacionadas com as falhas no socorro do INEM. O Ministério da Saúde também deu indicações à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para que seja averiguado o cumprimento dos serviços mínimos pelo INEM durante a greve às horas extraordinárias.

O Ministério Público (MP) anunciou esta segunda-feira que abriu inquéritos a factos ocorridos em Bragança e Tondela respeitantes a mortes possivelmente relacionadas com falhas no socorro do INEM.

No total, são já seis as investigações em aberto no MP relacionadas com falhas no socorro por parte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), depois de arquivado um sétimo inquérito, relacionado com uma morte em Ansião.O Ministério Público já tinha anunciado investigações a casos em Bragança, Cacela Velha, Vendas Novas e Almada.

“Relativamente a factos ocorridos em Matosinhos, dada a dimensão da comarca do Porto, sem outros elementos, designadamente identificativos, não é possível proceder a pesquisas que permitam localizar eventuais inquéritos", explica a Procuradoria-Geral da República em resposta à RTP.

Também esta segunda-feira, o Ministério da Saúde pediu à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para que seja averiguado o cumprimento dos serviços mínimos pelo INEM durante a greve às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar.

Durante os seis dias de greve, foram reportadas 11 mortes associadas ao atraso no socorro. O Ministério Público abriu inquérito a sete casos, um dos quais já arquivado.

A greve foi suspensa na passada quinta-feira, dia em que Ana Paula Martins, ministra da Saúde, convocou o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) para uma reunião, a qual levou à assinatura de um protocolo negocial com a tutela.
Sindicato aponta dedo a secretária de Estado

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar afirma que a secretária de Estado da Gestão da Saúde ignorou a greve. Em entrevista ao Diário de Notícias, o vice-presidente do estrutura sindical revela que foi enviado um pré-aviso de greve para os gabinetes com as tutelas da Saúde, das Finanças, do Trabalho e para a Assembleia da República.

A única resposta, segundo o sindicato, partiu da Secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, que terá dito que só poderiam ser negociadas as condições de trabalho destes profissionais em 2026. Os técnicos sublinham que se sentiram ignorados, pelo que decidiram avançar com a paralisação às horas extraordinárias.

A ministra da Saúde visita esta terça-feira o INEM, seis dias depois de terem sido criadas medidas de contigência para mininizar os atrasos na resposta à população.

Ana Paula Martins deverá deslocar-se à sede do INEM, em Lisboa, pelas 15h30, após ser ouvida na Assembleia da República sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2025.

c/ Lusa
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