O Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou uma quebra 6,6% de consultas nos cuidados primários e de 5,7% nos hospitais, no primeiro trimestre desde ano, disse hoje o secretário de Estado da Saúde.
"Há uma variação do primeiro trimestre deste ano em relação ao período homólogo de 2019 de menos 6,6% de consultas nos cuidados primários, menos 5,7% de consultas nos hospitais e foram realizadas menos 5,3% cirurgias", disse Lacerda Sales na conferência de imprensa diária de atualização de informação sobre a pandemia por covid-19, no Ministério da Saúde.
Em contrapartida, houve um aumento de 26,6% na utilização de teleconsultas, com recurso a ferramentas digitais ou ao telefone, uma nova forma de "continuar a fazer o acompanhamento de doentes", segundo o secretário de estado.
Portugal teve de preparar o Serviço nacional de Saúde para a emergência de saúde publica provocada pelo novo coronavírus, e, segundo o secretário de Estado, isso provocou uma inversão "na trajetória que vinda sendo bem conseguida no acesso à atividade programada na saúde".
"O número de cirurgias estava a aumentar cerca de 12,5% em relação a período homologo do ano passado", acrescentou.
O Ministério da Saúde está a elaborar um plano para recuperar toda a atividade médica assistencial não covid, e isso implica "assegurar capacidade de o sistema assegurar equipamentos de proteção individual para profissionais e doentes e preservar a capacidade de instalar no SNS também a resposta à covid-19".
Lacerda Sales voltou a garantir a segurança dos doentes no acesso aos cuidados de saúde, dizendo que "é seguro e os fluxos estão bem definidos".
Portugal contabiliza 820 mortos associados à covid-19 em 22.353 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 35 mortos (+4,5%) e mais 371 casos de infeção (+1,7%).
Das pessoas infetadas, 1.095 estão hospitalizadas, das quais 204 em unidades de cuidados intensivos, e o número de doentes curados aumentou de 1.143 para 1.201.
Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 02 de maio prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".