Vítor Cunha e o restante secretariado da comissão política defendiam o ex-deputado europeu Luís Marinho, como candidato à autarquia, contra o nome de Vítor Sarmento, proposto pela federação distrital e que acabou por ser aprovado pelos órgãos nacionais do PS.

Em comunicado, aprovado por maioria no final de uma agitada reunião, Vítor Cunha afirmou que aquela estrutura tinha acabado de tomar conhecimento "do nome do militante que o presidente da Federação de Coimbra indicou às instâncias nacionais do partido para candidato à Câmara Municipal da Figueira da Foz".

Vítor Cunha sublinhou ainda que o secretariado "regista para memória futura o carácter excepcional e singular do processo de escolha de que a Figueira da Foz foi objecto".

Apesar de desejarem "as maiores felicidades" a Vítor Sarmento, cujo anúncio oficial de candidatura, segundo Vítor Cunha, deverá ter lugar a 27 de Maio - os socialistas da Figueira da Foz manifestam o seu agradecimento a Luís Marinho.

"Manifestamos agradecimento pela disponibilidade, entrega e determinação de que deu mostras ao longo dos meses em que foi a única personalidade que aceitou protagonizar o projecto do PS para as próximas eleições autárquicas", indica o comunicado.

Questionado pela Agência Lusa sobre se pondera apresentar a demissão do cargo de presidente da concelhia, na sequência da escolha de Vítor Sarmento para tentar conquistar a Câmara actualmente gerida por um autarca do PSD, Vítor Cunha afastou essa hipótese.

"Temos de respeitar as decisões dos órgãos superiores aos nossos e foi o que aconteceu", disse.

Vítor Cunha recusou, igualmente, que a sua posição enquanto líder concelhio saia fragilizada: "pensava que (Luís Marinho) era o candidato mais bem posicionado. Houve outros camaradas a nível superior que não entenderam da mesma forma, a resolução em ultima instância compete à comissão permanente".